Coluna Joenilson Silva – Paris est ici
Bonjour lecteurs, je suis de retour!
Hoje desceremos na estação Varenne, linha 13 do metrô parisiense, onde iremos conhecer um dos mais belos e charmosos musées de Paris, o Museu Rodin.
O Museu Rodin que fora inaugurado em 1919 está localizado no antigo Hôtel Particulier Peyrenc Moras, o qual ficou conhecido como Hôtel Biron, e teve sua obra concluída em 1732 na Rue de Varenne. Joia da arquitetura rococó parisiense, esse antigo hôtel particulier acolhe em seus dois andares e no belíssimo jardim numerosas obras de Auguste Rodin e Camille Claudel, além de pinturas e esculturas da coleção particular de Rodin.
O Hôtel Biron no século XVIII.
O responsável pela construção desse belo exemplar da arquitetura rococó – moda na época – foi o “très riche” (riquíssimo) financeiro Abraham Peyrenc Moras, que desejou ter ao mesmo tempo uma casa de cidade e uma casa de campo, uma vez que o endereço à época ficava fora da aglomeração parisiense, e legou ao arquiteto do Rei Jean Aubert a sua construção. Abraham Peyrenc morreu em 1732, antes da conclusão dos trabalhos de seu hôtel particulier. Quel dommage (que pena)!

O Hôtel Biron no século XIX.
A partir de 1788 muitos proprietários e inquilinos se sucederam no Hôtel Biron como, por exemplo, o duque de Charost que, em 1795, transformou uma grande horta ali existente em um belíssimo jardim inglês e o decorou com uma fonte, onde alugava o espaço para as muitas festas que ali aconteciam. Outros casos de locação do imóvel deram-se entre 1806 e 1810, quando a Santa Sé o alugou para o embaixador papal Cardinal Caprara, e logo após, em 1811, o imperador russo transfere sua embaixada para este imóvel.

O Hôtel Biron no século XX.
Após sucessivos proprietários, o Hôtel Biron é posto à venda mais uma vez. Mas enquanto espera um comprador, a propriedade começa a receber locatários, em 1905, incluindo aí muitos artistas: o controverso escritor Jean Cocteau (1889-1963), o pintor Henri Matisse (1869-1954), a dançarina Isadora Duncan (1877-1927) e a escultora Clara Whestoff (1878-1954), esposa do poeta Rainer Maria Rilke (1875-1921) através do qual Rodin descobre a mansão que viria a se tornar um museu em sua homenagem. E é em 1908 que Rodin aluga quatro salas no andar térreo onde abrigaria seu atelier. Ele descobre um jardim selvagem, abandonado desde a partida da congregação, em 1904. e decide instalar ali algumas de suas obras (as quais podemos ver até os dias de hoje) e algumas peças de sua coleção de antiguidades. A partir de 1911, ele ocupa todo o Hôtel Biron.

Musée Rodin
Em 1911, o imóvel foi vendido ao estado francês que o adquiriu com fins de instalar ali o Serviço dos Edifícios Públicos do Ministério da Educação. Todos os ocupantes do Hôtel Biron são impelidos a deixar o local, à exceção de Rodin, que se recusa a sair, e a partir dali começa a trabalhar arduamente para comprar a propriedade das mãos do estado.
Rodin decide então doar ao Estado Francês suas obras e suas peças de coleção de antiguidades, mas pede em contrapartida que o Hôtel Biron seja transformado em museu. Ainda em 1916, um ano antes de sua morte, a Assembléia Nacional aprova uma lei confirmando que tanto a mansão quanto os seus jardins agora seriam denominados Musée Rodin. Em 1919, o museu foi oficialmente inaugurado.

Atualmente, nos deparamos com mais de 300 obras do escultor francês, além de obras de Camille Claudel, sua eterna amante (não confundir com Rose Beuret, sua esposa, a qual Rodin casou-se depois de longos anos de convivência a apenas algumas semanas antes de sua morte). Há também algumas obras de Monet, mas o que ficará para sempre em nossas memórias são as aclamadas obras desse gênio francês, tais como: O Pensador, O Beijo, Balzac, Os Burgueses de Calais, Portas do Inferno e tantas outras.
- Endereço: 79 rue des Varenne, 75007
- Quanto: jardins (5,30€) e museu + jardins (11,30€)
- Metrô: Varenne (linha 13)
- Horários: ter a dom (10h às 17h45)
Bonne visite à tous, et à bientôt.
Joenilson Silva
Joenilson Silva é ex-presidente da Aliança Francesa do RN e um apaixonado pela história da França, sobretudo por Paris. O novo parceiro do 30 Jours à Paris divide seu tempo entre a Ville Lumière e Natal, cidade onde reside, e no momento escreve um livro sobre os monumentos parisienses. Joenilson contribui com artigos históricos sempre regados com dicas e sugestões de quem conhece Paris na palma da mão.
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