Acompanho alguns sites e blogs franceses e meu preferido é o Paris Zig Zag por seu conteúdo original e assuntos diversos. Adoro a sessão Insolites e, hoje, relendo alguns artigos resolvi compartilhar com vocês o post sobre as estações de metrô fantasmas em Paris.
Se algumas estações de metrô de Paris não estão mais no mapa, ainda assim estão sob nossos pés! As estações de metrô esquecidas despertam curiosidade em muitos de nós. Partimos, então, para uma pequena viagem subterrânea!
As estações “fantasmas” foram fechadas durante a eclosão da guerra na França, em setembro de 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, e algumas não foram reabertas desde então. Na verdade, alguns funcionários seguiram mobilizados e o metrô, trabalhando com a rede reduzida. No momento da libertação, as estações que não foram utilizadas o suficiente ou que eram muito próximas às estações vizinhas deixaram de prestar serviço, tais como: Arsenal, Martin-Nalaud, Porte des Lilas, Saint Martin, Croix Rouge e Champ de Mars.
Algumas foram recicladas ou desapareceram com a evolução das linhas subterrâneas. Duas estações foram construídas, mas nunca receberam um viajante e, finalmente, três outras foram projetados, mas nunca servidas por uma linha de metrô.
Quais são as estações jamais abertas?
Duas estações de metrô de Paris nunca receberam um viajante e nem tiveram acesso externo – Porte Molitor/ Murat e Haxo – somente na ocasião de alguns circuitos especiais permitidos para visitação até 2007.
Porte Molitor é uma estação construída em uma conexão entre as linhas 9 e 10 – dita “rota Murat” – e foi originalmente destinada a servir os jogos noturnos no estádio Parc des Princes, mas a operação muito complicada fez o projeto ser abandonado e seus acessos nunca foram construídos. Depois passou a ser utilizada como garagem de trem.
Uma via única denominada voie des Fêtes liga o Place des Fêtes à Porte des Lilas com uma estação intermediária: Haxo. Esta rota foi destinada a ligar as linhas 3 e 7 (atualmente 3bis e 7bis), mas existia o serviço de navettes (“vans”) entre as estações das duas linhas. Porém, o shuttle foi rejeitado pelos viajantes e abolido em 1939. A estação Haxo nunca viu passar um único viajante – seus acessos externos sequer foram construídos.
Quais são as estações permanentemente fechadas?
Três estações nunca mais foram reabertas desde 1939. São elas: Arsenal, Champ de Mars e Croix Rouge. A estação de Arsenal foi usada para a formação de técnicos e engenheiros elétricos e a estão Croix-Rouge sofreu uma interenção inusitada na década de 80, quando um artista a transofrmou em praia e a decorou com cadeiras de praia.
Duas outras estações são abertas, mas permanecem inacessíveis ao público: um dos acessos aos Invalides e Porte des Lilas – Cinéma. Essa estação é usada para gravações de filmes e publicidade. Muitas cenas de filmes como Une Époque Formidable et Amélie Poulain foram rodados aqui.
Quais as estações fechadas e, em seguida, reabertas?
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo implementa um plano de serviço reduzido na rede metropolitana e apenas 85 estações permanecem abertas à exploração. A maioria reabre nos anos seguintes, mas algumas consideradas pouco frequentadas e, portanto, não rentáveis, permanecem fechadas por períodos mais longos ou mais curtos, dependendo de cada caso. Somente uma reabre após a libertação, a estação Saint-Martin. Localizada no Grands Boulevards, era bastante utilizada, mas foi fechada por estar a apenas 100 metros de distância da estação Strasbourg-Saint-Denis. Passou então a ser usada pelo Exército da Salvação como lar para os desabrigados.
A estação Varenne reabre em dezembro de 1962 e a estação de Bel-Air, em janeiro de 1963. As estações Rennes e Liège reabrem ao público depois de quase trinta anos, respectivamente, em maio e setembro de 1968. No entanto, esta reabertura é conseguida às custas de ‘horários flexíveis’ e ambas as estações eram fechadas diariamente após às 20hs e também aos domingos e feriados. Em 2004, Rennes se torna uma estação padrão e dois anos mais tarde, Liège torna-se a última estação com horários limitados.
A estação Cluny permanece no esquecimento durante quase meio século, mas a construção da estação de Saint-Michel – Notre-Dame da linha RER B provoca sua reabertura para estabelecer conexão com a linha 10, em fevereiro de 1988. Nesta ocasião foi renomeada para Cluny – La Sorbonne.
Um tour pelas estações fantasmas certamente está na minha lista, mas ainda não encontrei uma agência que ofereça esse passeio de modo legal e seguro. Já ouvi falar de alguns grupos que invadem os locais para se aventurar, mas eu prefiro não me arriscar… Enquanto isso, mato a curiosidade navegando na internet
* Os posts do 30 Jours à Paris são criados a partir de minhas experiências e as de meus parceiros, mas esse em especial é a tradução do artigo do Paris Zig Zag por um motivo forte: nunca visitei as estações fantasmas, apesar de estar na minha lista Para acesso ao post original em francês, clique aqui.
Bisous,
Carol