O Marais é um dos bairros mais antigos de Paris e um dos locais que mais manteve preservados os hôtels particuliers (mansões) erguidos na Idade Média e no período renascentista, cujos belos jardins foram convertidos em praças públicas.

Quando pensa-se em espaços verdes na área a maior referência é a Place des Vosges, a primeira praça real da cidade (leia sobre ela aqui), mas a maioria dos visitantes desconhece os pequenos parques, praças e jardins históricos escondidos em meio aos palacetes.

Agora que a temperatura subiu, descobri-los durante uma caminhada para fazer piquenique,  relaxar no gramado ou ler em um banco tranquilo são prazerosas atividades. Permita-se sair da rota batida do circuito turístico e aproveite a essência desse que é um dos bairros mais charmosos na capital francesa.

1. Square George Caïn

Criada em 1923, no antigo terreno pertencente a cânones de um convento vizinho, a Square George Caïn está rodeado pelo Musée Carnavalet, o hôtel Le Pelletier de Saint-Fargeau e o Lycée Victor Hugo e seu interior é visto pelas grades e portão de ferro com entrada pela rue Payenne. O nome da praça é uma homenagem ao pintor, escritor e também curador do Museu Carnavalet. Há wi-fi gratuito, muitas árvores – entre elas uma enorme figueira de 6 metros – e alguns bancos ao redor do jardim central que conta com uma estátua em bronze chamada ‘L’Aurore’ esculpida por Laurent Magnier. Endereço: Rue Payenne, 75003 Paris | Metrô: Chemin Vert (linha 8)

2. Square du Temple

Situada em frente à prefeitura do 3ème, a Square du Temple foi criada em 1857 e é o maior espaço verde do Marais. O terreno pertencia aos cavaleiros da Ordem dos Templários e, em 1667, ergueram ali uma fortaleza. Durante a Revolução Francesa, a Torre do Templo foi usada como prisão e por ali passaram Louis XVI e o Dauphin Louis XVII antes de serem executados. No fim do séc. XIX, o prédio é destruído para abrir caminho para o jardim paisagístico que fazia parte das obras de Haussmann. O pequeno jardim botânico tem cerca de 70 espécies de árvores, algumas bastante exóticas, como avelã, gingko biloba, etc. Atualmente, é muito frequentado pelos locais. Conta com banheiro público, wi-fi gratuito, fonte de água potável e equipamento de lazer para crianças. Endereço: 64 Rue de Bretagne, 75003 Paris | Metrô: Temple (linha 3)

3. Jardin de l’Hôtel de Sens

O maravilhoso Hôtel de Sens está localizado perto das margens do Sena na altura da Pont Marie, que conecta o Marais à Île Saint Louis. Construído em 1475, a arquitetura deste hôtel particulier mescla o estilo renascentista com formas góticas da Idade Média. Desde 1961, o prédio abriga a biblioteca municipal Forney especializada em artes decorativas e gráficas. Nos fundos da propriedade foi esculpido um jardim à moda francesa do século XVII, com formas geométricas dando vida a pequenos labirintos. Alguns bancos espalhados pelo local completam o cenário bucólico perfeito para uma pausa em uma tarde ensolarada. Endereço: 7 Rue des Nonnains d’Hyères, 75004 Paris | Metrô: Pont Marie (linha 7)

4. Jardin Francs-Bourgeois – Rosiers

Apesar de estar localizado em uma das ruas mais movimentadas do Marais, trata-se de um dos jardins mais escondidos do bairro. Para acessá-lo a partir da rue des Rosiers é preciso atravessar uma passagem situada a poucos passos do l’As du Falafel. Este jardim nasceu da fusão dos jardins das mansões que o rodeiam: Hôtel de Coulanges (atual Maison de l’Europe), o Hôtel Barbes e o Hôtel d’ Albret. Conta com um espaço gramado onde se pode fazer piquenique e é cercado por alguns bancos e equipamentos de lazer para crianças. Já dei essa dica aqui no blog anteriormente. Descubra mais informações nesse post. Endereço: Rue des Rosiers, 75004 Paris | Metrô: Saint Paul (linha 1).

Aproveite as dicas em sua próxima flanada pelo Marais!

Bisous

Carol

Coluna PariSabor – chef Janaina Pedroza

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Paris é cheia de tesouros e entre eles a Stohrer, a pâtisserie mais antiga de Paris. Conheça mais sobre essa confeitaria histórica.

A história da Pâtisserie Stohrer

Em 1725, Louis XV casou-se com Marie Leszczynska, filha do rei Stanislas da Polônia. Foi então que o chefe pâtissier polonês Nicolas Stohrer mudou-se também para Versailles para acompanhar a então rainha. Cinco anos depois, em 1730, Stohrer abriu sua própria loja na rue Montorgueil, número 51, Paris. Em sua cozinha, criou e aperfeiçoou doces maravilhosos para a alegria da grande corte e nossa também. Nasceu assim a primeira confeitaria de Paris.

Visitando a pâtisserie mais antiga

E a boa notícia é: você pode visitar e, claro, degustar todas as gostosuras que a realeza amava. A loja permanece no mesmo endereço desde sua abertura, assim como o decor. As famosas pinturas em vidro foram feitas em 1860 por Paul Baudry {que participou na decoração do Château de Chantilly e da Ópera de Paris}. A Ilustração mostra a colheita do trigo, ingrediente básico e essencial para as massas utilizadas pelo pâtissier.

E o bacana é que a Stohrer não se tornou um lugar super chique ou overpriced só porque é histórica. Manteve-se como um local tradicional e simples. A fachada é um amor, muitos turistas param para tirar fotos sem nem mesmo saber a história do lugar.

A especialidade da casa: o baba au rhum

Stohrer foi o grande criador da sobremesa que conhecemos hoje como baba au rhum. Logo, quando for à casa não deixe de pedir um, hein! O doce é uma espécie de bolinho/brioche com calda de rum e creme de pastelaria ou chantilly, dependendo da receita. A casa Stohrer oferece três versões:

• Ali-Baba, regado com rum e coberto com creme de baunilha e uvas secas;
• Baba chantilly, o bolinho com rum coberto com chantilly;
• Baba au rhum, o tradicional bolinho com rum.

Eles recomendam ainda que você coma ou sirva o doce acompanhado de uma salada de frutas vermelhas. Já provei e fica realmente uma delícia.

Dica: além da invenção do baba au rhum, a casa também é conhecida por replicar muito bem as receitas do puit d’amour e religieuse à l’ancienne.

• Onde: 51 Rue Montorgueil, 75002 Paris
• Horário: todos os dias (7h30 às 20h30)
• Metrô: Sentier (linha 3) | Étienne Marcel (linha 4)

Janaina Pedroza

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Fundadora da PariSabor, Janaina Pedroza é franco-brasileira e mudou-se para Paris há 17 anos. Formada em Gastronomia, em 2014, CAP en Cuisine, também é especializada no savoir-vivre à la française. Hoje, Janaina compartilha sua paixão pela gastronomia francesa através de seu blog PariSabor, organizando lindos Piqueniques e Passeios Gastronômicos em Paris.