Com a proximidade da primavera sabemos que é hora para mais uma temporada em Giverny. Aliás, estas deveriam ser palavras sinônimas, porque né? Monet mesmo afirmou certa vez que sua obra de arte mais bonita era o jardim de sua casa, que construiu, plantou e lapidou, pouco a pouco, ao longo de 43 anos vividos ali naquele lugar encantado com sua família.
Para quem não conhece, Giverny é uma vila beeem pequena localizada a pouco menos de 1 hora de trem de Paris que recebe turistas do mundo inteiro ávidos a conhecer o cenário real de algumas das pinturas mais famosas do Impressionismo: os jardins do pintor francês, Claude Monet.
a fundação monet reabrirá dia 24 de março de 2017 23 de março de 2018 e funcionará diariamente, das 9h30 às 18h, ATÉ DIA 1 DE NOVEMBRO de 2017 2018.
Justiça seja feita, por mais espetacular que seja o jardim, a casa merece tanta atenção quanto a área externa. E aqui vai uma nota pessoal: desde que visitei esse lugar pela primeira vez, quando me perguntam “qual sua casa dos sonhos” é ela que vem na ponta da língua, sem titubear!
A casa
Quando Monet adquiriu a propriedade, ela era bem menor do que conhecemos atualmente. Primeiro construiu seu estúdio anexando o celeiro à casa e, no piso superior, um quarto espaçoso e um banheiro – esse era seu “apartamento”. Logo ao lado, o quarto da esposa. Na outra extremidade da casa, piso inferior, construiu uma grande cozinha que acomodasse bem toda sua família e, logo acima, o quarto das filhas (os filhos e enteados ficaram com o sótão).
Do lado de fora, a fachada foi pintada de verde e rosa, cores completamente fora dos padrões da era Vitoriana, onde predominavam tons escuros e pesados. Com a expansão lateral, a casa ficou com 3 entradas: a primeira levava ao “apartamento” de Monet; a do meio era a entrada principal e a última dava acesso direto à cozinha. Bem rente às entradas começa o jardim, com objetivo de integrar os dois espaços.
Cada cômodo possui suas próprias cores predominantes, assim como decoração e temáticas diferentes. Há muita cor, leveza, arte e personalidade em cada ambiente! Difícil falar o meu favorito, mas acho que fico com a cozinha toda em azul, ampla e arejada, azulejos pintados na parede e utensílios em bronze. Em seguida, a sala de jantar, toda em amarelo claro, com o contraste da porcelana verde. As paredes são cobertas com gravuras dos melhores artistas japoneses da época – uma coleção que Monet cultivou por mais de 50 anos. Por último, escolho o quarto dele pelas amplas janelas e a vista deslumbrante.
Os jardins
Há duas partes no jardim que contrastam e se completam. O primeiro, Clos Normand, em frente à casa, um jardim cheio de tons, perspectivas e simetrias. Canteiros de flores mais ou menos organizados por cores e com mistura de espécies. No corredor central há pérgolas cobertas de rosa. O visual é maravilhoso e andar entre os corredores é uma delícia.
A segunda parte fica por conta do famoso jardim em estilo japonês retratado em muitas de suas obras. Monet encontrou inspiração nesse jardim aquático por mais de vinte anos! O lago é repleto de nymphéas – flores aquáticas que florescem durante todo o verão – e cortado por pontes, dentre elas a ponte japonesa coberta de glicínias, com salgueiros chorões ao redor. Um cenário mágico, principalmente quando os lírios d’água estão florescendo!
Um fator decisivo para entrar no clima do lugar é visitá-lo vazio. Minha dica principal é estar na porta de entrada no horário que inicia a visitação, às 9h30.
Acesso
- Giverny localiza-se a 75 km de Paris e a 6 km de Vernon, a cidade mais próxima servida por trem;
- Compre um bilhete de trem percurso <Paris – Vernon> partindo da Gare Saint Lazare. Confira horários aqui.
- Chegando em Vernon siga as placas em direção ao ponto de ônibus especial que sai a cada 15min em direção a Giverny. Confira horários aqui.
- Chegando em Giverny siga as placas para a casa de Monet. É facil! Não tem como se perder.
Após a visita à Fundação Monet sugiro dar uma volta para conhecer a pequena vila. Há alguns restaurantes que servem comida razoável e preços pouco justos. O melhor que encontrei foi o restaurante dentro do Museu dos Impressionistas – a entrada é livre mesmo para quem não visita o museu.
Considero a ida à Giverny um dos passeios imperdíveis do circuito turístico pela sua singularidade. Natureza, arte, arquitetura e paisagismo no mais absoluto equilíbrio!
Bisous,
Carol