Fã incondicional do filme Meia-Noite em Paris (2011), aproveitei esse feriado que passou para revê-lo pela enésima vez e, como sempre, fiquei extasiada. Quando passei os 30 dias na cidade, em 2015, pesquisei em diversos sites e montei uma lista das locações para visitar. Muito além dos cartões postais, a Paris de Woody Allen é poesia pura e um convite para prestarmos atenção a cada detalhe nas ruas da cidade.
Adorei o post que o Paris ZigZag fez sobre o assunto e, mais do que traduzi-lo, inseri alguns locais que conheço e não constam na lista. Para quem quer ler o artigo original em francês, clique aqui.
A Paris do passado
Mais que uma ode à Cidade da Luz, o filme é também uma homenagem aos artistas instalados em Paris na década de 20, como Toulouse Lautrec, Dali, Hemingway, Fitzgeralds e Pablo Picasso. Gil, o personagem principal interpretado por Owen Wilson, se encontra com eles em lugares altamente simbólicos desta época – do restaurante Aux Lyonnais com sua decoração de 1890 à instituição do Quartier Latin, o restaurante Polidor, passando pelo estrelado restaurante do Palácio Real, Le Grand Véfour, e o famoso bistrô Maxim’s com decoração Art Nouveau. Gil também vai à uma festa dada pelos Fitzgeralds no atual Musée des Arts Forains, no Quartier Bercy, e a um casamento de artistas surrealistas na fantástica loja taxidermista, Deyrolle, no 6ème.
A Paris da cultura
Sensível à arte, Woody Allen nos leva aos jardins do Musée Rodin guiados pela personagem de Carla Bruni e depois ao Musée de l’Orangerie, “o único museu que não se pode perder em Paris”, de acordo com o cineasta. É neste último que seus personagens admiram as imensas telas de lírios d’água, de Monet. Escritor, o personagem Gil, visita a Shakespeare & Co – a mais famosa livraria de língua inglesa na cidade – em Saint-Michel, e encontra livros com os bouquinistes ao longo do Sena e objetos raros no Marché aux Puces de Saint-Ouen. Ainda que não sejam em Paris, os passeios aos jardins de Monet, em Giverny, e ao Palais de Versailles não ficam de fora.
A Paris chic
O love affair entre Paris e Woody Allen data de 1960, quando se trancou em uma suíte do Hotel George V para escrever o roteiro da comédia “What’s New Pussycat?”. Desde então, o diretor americano gosta de filmar os hotéis mais bonitos da cidade. Os personagens principais de Meia-Noite em Paris estão hospedados no Le Bristol, próximo ao Palais de l’Élysée, cujo hall, entrada e suite panorâmica são mostrados; e tomam bons vinhos no telhado do Hotel Meurice. Durante as entrevistas, o cineasta ficou no Ritz, na Place Vendôme.
A Paris para flanar
Woody Allen adorar caminhar. Durante as filmagens, em 2010, ele passava seu tempo livre passeando pelo Parc Monceau e pela Champs-Élysées para encontrar inspiração. Seu gosto por flanar, muitas vezes à noite, se reflete neste filme. O personagem Gil faz longas caminhadas, dos degraus da igreja Saint-Etienne-du-Mont (ao lado do Pantheon) onde o carro passava à meia-noite para pegá-lo, pelas margens do Sena e Place Dauphine, perto da Pont Neuf, atrás da Notre-Dame, sentado em um banco na Place Jean Paul II, descendo as escadarias de Montmartre, cruzando a Pont Alexander III debaixo de chuva, etc.
A Paris fora do roteiro batido
Logo no começo do filme, nas cenas iniciais, entre um take e outro de cartões postais, alguns locais charmosos e fora do circuito turístico são apresentados. Anote os lugares: Place Saint-Georges (simpática pracinha no 9ème), avenue de Camoëns (uma pequena rua, no 16ème, com vista inusitada para a torre), rue Cortot (ruela residencial de paralelepípedos em Montmartre), Cour du Commerce Saint André (passagem coberta em Saint-Germain).
Bisous,
Carol