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Restaurante Maloka Fogo & Brasa – gastronomia brasileira

11 de abril de 2017 — by Carol Pio Pedro2

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Coluna Dani Maia – DMH Luxury


O chef Raphael Rego tem uma bela estória entre a França e o Brasil. Esse carioca de 33 anos já viveu na Austrália e foi lá que descobriu seu amor pela gastronomia e decidiu seguir esta profissão que está lhe proporcionando muito sucesso por aqui na Cidade Luz.

Raphael, que já está prestes a abrir seu terceiro restaurante em Paris, encontrou uma maneira inovadora de reinterpretar e revisitar receitas tipicamente brasileiras misturando o savoir-faire da gastronomia francesa com a alma e o paladar brasileiros. O chef não abre mão das origens do nosso Brasil. Desde que abriu seu primeiro restaurante tenta sempre trabalhar com produtores brasileiros. Ele conta que no Brasil há muita burocracia no campo de exportação, principalmente, em relação aos pequenos produtores que, na maioria das vezes, não possuem autorização. Sendo assim, Raphael abriu uma pequena empresa em solo brasileiro para facilitar a exportação dos produtos típicos que são encontrados em suas criações. Dentre eles, o arroz negro, que vem de São Paulo, o mel branco de Cambara do Sul, a mostarda de butiá (fruta local) e o baniwa, uma mistura de pimentas fabricadas por uma tribo na Amazônia.

Em certa ocasião, Raphael trouxe os representantes desta tribo para serem apresentados a chefes franceses, explicando os produtos que utilizam na culinária típica de sua região no Brasil. Uma experiência única jamais vista pelos franceses!

O seu mais novo restaurante, Maloka Fogo e Brasa, foi aberto no último dia 6 de março, no 7ème, e já está bastante concorrido entre os locais. A especialidade é o churrasco, porém trabalhado de forma bem inovadora. A apresentação gourmet evidencia a influência da gastronomia francesa, mas seu sabor é essencialmente brasileiro. Uma verdadeira fusão das duas culinárias.

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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia

No cardápio, carnes e peixes são preparados em uma grelha vinda especialmente do Brasil para este novo restaurante. Os peixes são feitos envolvidos numa folha de bananeira, modo típico de preparo do nordeste brasileiro. Outra assinatura marcante de Raphael é que todos os pratos são feitos de modo a serem compartilhados, assim todos podem saborear os diferentes pedidos. As sobremesas também seguem essa linha e as opções são receitas bem brasileiras revisitadas. Como gostamos de falar: “pra comer de joelhos”!

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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia
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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia

Toda a decoração da mesa foi escolhida pessoalmente por Raphael. Os pratos são servidos em tábuas de madeira vindas de um projeto de preservação da biodiversidade dos Pampas, região do sul do Brasil, do qual ele é padrinho.

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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia

O Maloka Fogo & Brasa abre todos os dias e, aos domingos, é possível degustar um delicioso brunch (este costume de brunch aos domingos já é tradição entre os franceses). As opções são bem tropicais e, dependendo do domingo, o menu varia.

Fomos conhecer o brunch do Maloka no último domingo, dia 09 de abril, e encontramos no cardápio camarões gigantes marinados no abacaxi, leitão à brasileira, pães de queijo servidos com linguiças e especiarias, ceviches, milho na brasa (que não podia deixar de aparecer no cardápio), ovos mexidos com cogumelos da Amazônia, açaí servidos com paçoca e frutas frescas da estação, entre outras exclusivas criações que levam a assinatura deste inovador chefe brasileiro. Tudo acompanhado por sucos naturais, chá mate da região sul e, claro, nosso cafezinho 100% made in Brasil! O brunch é farto, os ingredientes, frescos e o ambiente, muito agradável. Recomendamos a visita!

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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia
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Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia

No jantar, o restaurante oferece diferentes possibilidades que, dependendo da escolha, o menu composto por entrada, prato principal e sobremesa, sai por 36€ ou 43€.

Para quem quer descobrir o paladar brasileiro de uma maneira bem inovadora e de altíssima qualidade, sem dúvidas esse é o endereço certo aqui em Paris. Além disso, sua localização não poderia ser melhor: apenas cinco minutos a pé da sempre encantadora Torre Eiffel!

  • Onde: Maloka Fogo & Brasa
  • Endereço: 1 bis rue Augereau, 75007
  • Horários: 2f a sab (almoço e jantar) e dom (brunch)
  • Metrô: La Tour Maubourg (linha 8)

Viva o Brasil! Vive la France!

Dani Maia


Daniele Maia Hilbert é fundadora da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo, e parceira do 30 Jours à Paris. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e contribui com dicas e informações super valiosas, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!

Contatos:

Daniele Maia Hilbert
Daniele Maia Hilbert

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Marché aux Fleurs et aux Oiseaux

6 de abril de 2017 — by Carol Pio Pedro0

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Île de lá Cité, seus cantos e encantos. É aqui que pulsa o coração da cidade. Suas principais atrações, Notre-Dame, La Conciergerie e Sainte-Chapelle, fazem parte do circuito tradicional e as pontes que conectam a ilha à terra firme oferecem as melhores paisagens do Sena. Arrisco a afirmar que é impossível ir à Paris (pela primeira ou vigésima vez) sem, ao menos, cruzá-la em alguma caminhada.

Apesar do intenso fluxo de gente, possui sua autenticidade preservada, principalmente, nas extremidades, revelada nas estreitas ruas medievais em direção à Île Saint-Louis ou na praça real protegida pelos edifícios vizinhos à Pont Neuf. Mas no coração da ilha, entre a Notre-Dame e o Tribunal de Commerce, há outro coin que encanta pela calma e beleza sutil.

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Île de la Cité – Palais de Justice.

Situado na Place Louis-Lépine, o colorido Marché aux Fleurs et aux Oiseaux (recentemente renomeado como Marché aux fleurs Reine Elizabeth II) está instalado ao lado do metrô Cité desde o início do séc. XIX e, a partir de 1873, tomou o formato que conhecemos atualmente. O mercado composto por umas 20 barracas não abriga nada mais do que flores e pássaros.

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Marché aux Fleurs – Île de la Cité.

Aberto todos os dias, de 2f a sábado os floristas ocupam todos os stands e oferecem uma variedade incrível de flores, plantas e arbustos do mundo inteiro, além de equipamentos e alguns objetos de decoração. Já aos domingos é a vez dos criadores de aves tomarem conta da pequena praça com seus pássaros típicos e raros, além de sementes e grãos, gaiolas e outros acessórios.

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Marché aux Fleurs – Île de la Cité.

Prefiro as flores aos pássaros, acho agradável caminhar pelos becos verdes que se formam ali e, independente da época ano ou da condição climática, encontrar um lugar sempre colorido e vibrante.

ps: é proibido fotografar o interior do mercado e suas barracas.

  • Endereço: Place Louis-Lépine, 75004
  • Métro : Cité (linha 4)
  • Horários: 2f a sab (8h às 19h30) | Dom (8h às 19h)

Bisous,

Carol

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Museu Rodin – joia da arquitetura parisiense

4 de abril de 2017 — by Carol Pio Pedro0

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Coluna Joenilson Silva – Paris est ici


Bonjour lecteurs, je suis de retour!

Hoje desceremos na estação Varenne, linha 13 do metrô parisiense, onde iremos conhecer um dos mais belos e charmosos musées de Paris, o Museu Rodin.

O Museu Rodin que fora inaugurado em 1919 está localizado no antigo Hôtel Particulier Peyrenc Moras, o qual ficou conhecido como Hôtel Biron, e teve sua obra concluída em 1732 na Rue de Varenne. Joia da arquitetura rococó parisiense, esse antigo hôtel particulier acolhe em seus dois andares e no belíssimo jardim numerosas obras de Auguste Rodin e Camille Claudel, além de pinturas e esculturas da coleção particular de Rodin.

O Hôtel Biron no século XVIII.

O responsável pela construção desse belo exemplar da arquitetura rococó – moda na época – foi o “très riche” (riquíssimo) financeiro Abraham Peyrenc Moras, que desejou ter ao mesmo tempo uma casa de cidade e uma casa de campo, uma vez que o endereço à época ficava fora da aglomeração parisiense, e legou ao arquiteto do Rei Jean Aubert a sua construção. Abraham Peyrenc morreu em 1732, antes da conclusão dos trabalhos de seu hôtel particulier. Quel dommage (que pena)!

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Jardins do Museu Rodin (foto Joenilson Silva)

O Hôtel Biron no século XIX.

A partir de 1788 muitos proprietários e inquilinos se sucederam no Hôtel Biron como, por exemplo, o duque de Charost que, em 1795, transformou uma grande horta ali existente em um belíssimo jardim inglês e o decorou com uma fonte, onde alugava o espaço para as muitas festas que ali aconteciam. Outros casos de locação do imóvel deram-se entre 1806 e 1810, quando a Santa Sé o alugou para o embaixador papal Cardinal Caprara, e logo após, em 1811, o imperador russo transfere sua embaixada para este imóvel.

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Jardins do Museu Rodin (foto Joenilson Silva)

O Hôtel Biron no século XX.

Após sucessivos proprietários, o Hôtel Biron é posto à venda mais uma vez. Mas enquanto espera um comprador, a propriedade começa a receber locatários, em 1905, incluindo aí muitos artistas: o controverso escritor Jean Cocteau (1889-1963), o pintor Henri Matisse (1869-1954), a dançarina Isadora Duncan (1877-1927) e a escultora Clara Whestoff (1878-1954), esposa do poeta Rainer Maria Rilke (1875-1921) através do qual Rodin descobre a mansão que viria a se tornar um museu em sua homenagem. E é em 1908 que Rodin aluga quatro salas no andar térreo onde abrigaria seu atelier. Ele descobre um jardim selvagem, abandonado desde a partida da congregação, em 1904. e decide instalar ali algumas de suas obras (as quais podemos ver até os dias de hoje) e algumas peças de sua coleção de antiguidades. A partir de 1911, ele ocupa todo o Hôtel Biron.

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Les Trois Ombres (foto Joenilson Silva)

Musée Rodin

Em 1911, o imóvel foi vendido ao estado francês que o adquiriu com fins de instalar ali o Serviço dos Edifícios Públicos do Ministério da Educação. Todos os ocupantes do Hôtel Biron são impelidos a deixar o local, à exceção de Rodin, que se recusa a sair, e a partir dali começa a trabalhar arduamente para comprar a propriedade das mãos do estado.

Rodin decide então doar ao Estado Francês suas obras e suas peças de coleção de antiguidades, mas pede em contrapartida que o Hôtel Biron seja transformado em museu. Ainda em 1916, um ano antes de sua morte, a Assembléia Nacional aprova uma lei confirmando que tanto a mansão quanto os seus jardins agora seriam denominados Musée Rodin. Em 1919, o museu foi oficialmente inaugurado.

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O Beijo (foto Joenilson Silva).

Atualmente, nos deparamos com mais de 300 obras do escultor francês, além de obras de Camille Claudel, sua eterna amante (não confundir com Rose Beuret, sua esposa, a qual Rodin casou-se depois de longos anos de convivência a apenas algumas semanas antes de sua morte). Há também algumas obras de Monet, mas o que ficará para sempre em nossas memórias são as aclamadas obras desse gênio francês, tais como: O Pensador, O Beijo, Balzac, Os Burgueses de Calais, Portas do Inferno e tantas outras.

  • Endereço: 79 rue des Varenne, 75007
  • Quanto: jardins (5,30€) e museu + jardins (11,30€)
  • Metrô: Varenne (linha 13)
  • Horários: ter a dom (10h às 17h45)

Bonne visite à tous, et à bientôt.

Joenilson Silva


Joenilson Silva é ex-presidente da Aliança Francesa do RN e um apaixonado pela história da França, sobretudo por Paris. O novo parceiro do 30 Jours à Paris divide seu tempo entre a Ville Lumière e Natal, cidade onde reside, e no momento escreve um livro sobre os monumentos parisienses. Joenilson contribui com artigos históricos sempre regados com dicas e sugestões de quem conhece Paris na palma da mão.

Contato:

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Joenilson Silva – @Paris_est_ici