Anualmente, ocorre o concurso de melhor baguete de Paris promovido pela Chambre Professionnelle des Artisans Boulangers-Pâtissiers em conjunto com a Prefeitura da cidade. Neste ano, participaram mais de 200 artisans boulangers e a premiação acaba de ocorrer: o grande boulanger vencedor de 2017 é Sami Bouattour da Brun Boulangerie Patisserie !
Sami Bouattour (fonte: sortiraparis.com)
A Brun Boulangerie Patisserie está localizada no 193 Rue de Tolbiac, 75013 .
O prêmio foi criado em 1994 e, a cada ano, os participantes podem se inscrever na competição seguindo critérios rigorosos: as baguetes devem medir entre 55cm e 65cm, pesar entre 250gr e 300gr e ter um teor de sal de 18gr a cada kilo de farinha. Os cinco itens avaliados pelo júri são: o cozimento, o miolo, o sabor, o cheiro e a aparência.
Concurso 2017: a melhor baguette de Paris (fonte instagram @annehidalgo)Concurso 2017: a melhor baguette de Paris (fonte: instagram @guillaume_gomez_)
O vencedor ganha 4.000€ e passa a fornecer a baguete, diariamente, no Palácio do Elysée, a residencia oficial do Presidente, durante um ano. Em 2016, a boulangerie premiada foi La Parisienne, no 6ème – 48 rue Madame, 75006 – e, em 2015, ganhou a premiadíssima Le Grenier à Pain, em Montmartre – 38 Rue des Abbesses, 75018 -, que já havia conquistado o título em 2010.
Le Grenier à Pain – vencedora em 2015 e 2010.
Confira o post sobre a boulangerie Le Grenier à Pain aqui que, além de preparar uma baguette super premiada, também faz o melhor croissant da cidade, segundo avaliação criteriosíssima do 30 Jours à Paris. rsrs
No início deste ano a atual Prefeita Anne Hidalgo anunciou medidas para minimizar o número de veículos particulares nas ruas e incentivar o uso de transportes não poluentes. Leia o artigo que preparamos sobre o assunto aqui.Em resumo, o plano é restringir o tráfego de automóveis na região central e recuperar o espaço público aos pedestres e ciclistas. Mas existem ruas, algumas bastante famosas e outras nem tanto, que já são de uso exclusivo dos pedestres e valem a pena serem incluídas no roteiro, seja pela atmosfera agradável, serviços oferecidos, arquitetura única ou todas as alternativas anteriores. Vamos a elas:
Rue Montorgueil – a gastronômica
Desta listá é, provavelmente, a mais conhecida do público em geral graças ao espetáculo proporcionado todo fim de ano com uma decoração natalina esplêndida e seu tradicional Marché de Noël que atrai locais e turistas. Centro do quartier Montorgueil, no 2ème, essa é via principal de comércio do bairro, com incontáveis restaurantes, quitandas, cafés, açougues, creperias, pâtisseries, pizzarias, bares populares, etc – alguns estabelecimentos estão entre os mais antigos de Paris. Fácil imaginar que está sempre movimentada – e está, principalmente, no almoço e jantar – mas o fato de ser exclusiva aos pedestres muda tudo. Em dias ensolarados, quando as terraces estão cheias, o clima é como férias num vilarejo animado e cheio de vida. Metrô: Sentier (linha 3) e Les Halles (linha 4).
Rue Montorgueil – 2eme..
Place de Valois: a discreta
A Place de Valois é um daqueles lugares escondidos e discretos que adoro e que, apesar de sua localização digamos assim, “na cara do gol”, passa batido até por muitos parisienses. Essa antiga rua é, na verdade, um pátio de pedra cercado pelo Ministério da Cultura e Comunicação e também pelo 5 estrelas Grand Hôtel du Palais Royal. Seu acesso se dá por uma entrada sob as arcadas do Palais Royal, próximo à intervenção artística, Colonnes de Buren, ou pela Passage Verité, na rue des Bons Enfants com a rue Montesquieu. Na Place de Valois há somente um charmoso bistrot com sua terrace convidativa. Os carros são proibidos de circular, o que confere à essa pequena praça uma atmosfera tranquila e longe da agitação do bairro. A Rue Saint-Honoré e o Louvre estão a uma curta caminhada. Metrô: Palais-Royal (linha 1).
Place de Valois – 1er.
Rue des Rosiers: a vibrante
Essa pequena rua de 171 metros de extensão situada no coração do quartier judaico, no 3ème, é vibrante e concentra um pouco de tudo que o Marais oferece de melhor: de marcas hypadas a bons brechós (tem que garimpar!), lojinhas descoladas e restaurantes, boulangeries e pâtisseries kosher perfeitos para uma refeição rápida e barata. Bons exemplos são o L’ As du Fallafel, famoso por seu sanduíche de falafel conhecido em toda a cidade (prepare-se para encarar uma fila!) e as padarias e docerias Sacha Finkelsztajn, Korcarz e Florence Kahn. Há ainda a minúscula creperia La Droguerie du Marais, que serve um dos melhores crepes na minha opinião, uma loja da deliciosa casa de chá Kusmi Tea e uma boutique das nossas queridíssimas Havaianas. Apesar de já ter sido descoberta pelos turistas, a influência judaica garante a autenticidade do lugar. Metrô: Saint-Paul (linha 1).
Rue des Rosiers – 4ème.
Avenue de Camoens: a poética
Situada no 16ème e com apenas 115 metros de comprimento essa é, provavelmente, a avenida mais curta de Paris. Em uma das extremidades está a rue Benjamin Franklin e, na outra, uma escadaria de 10 metros de altura que oferece uma vista linda e muito particular da torre. Note que no prédio em frente, do outro lado da rua, há uma pequena escultura com dois anjinhos na ponta que dão um toque romântico ao cenário da foto – há uma breve cena no filme Meia-Noite em Paris que capta essa vista. Lá embaixo passa o Boulevard Delessert e na base dessa escadaria larga e imponente encontra-se o busto do poeta lusitano Luis de Camões esculpido por Clara Menéres, em 1987. Terminados os cliques, o Trocadéro está a 6 minutos de caminhada. Metrô: Passy (linha 6).
Avenue de Camoens – 16ème.
Rue des Barres – a medieval
Uma das ruas mais antigas de Paris se esconde atrás dos limites da Igreja Saint-Gervais, no 4ème, próximo ao Hôtel de Ville e a uma curta distância da Île Saint-Louis. Essa via de 130 metros nos remete à Idade Média à época de sua construção, no séc. XII. Em dias de sol, a terrasse do pequeno café l’Ebouillanté fica cheia, mas de uma maneira geral, a rua mantém uma atmosfera pacata e pitoresca. Metrô: Pont Marie (linha 7).
O chef Raphael Rego tem uma bela estória entre a França e o Brasil. Esse carioca de 33 anos já viveu na Austrália e foi lá que descobriu seu amor pela gastronomia e decidiu seguir esta profissão que está lhe proporcionando muito sucesso por aqui na Cidade Luz.
Raphael, que já está prestes a abrir seu terceiro restaurante em Paris, encontrou uma maneira inovadora de reinterpretar e revisitar receitas tipicamente brasileiras misturando o savoir-faire da gastronomia francesa com a alma e o paladar brasileiros. O chef não abre mão das origens do nosso Brasil. Desde que abriu seu primeiro restaurante tenta sempre trabalhar com produtores brasileiros. Ele conta que no Brasil há muita burocracia no campo de exportação, principalmente, em relação aos pequenos produtores que, na maioria das vezes, não possuem autorização. Sendo assim, Raphael abriu uma pequena empresa em solo brasileiro para facilitar a exportação dos produtos típicos que são encontrados em suas criações. Dentre eles, o arroz negro, que vem de São Paulo, o mel branco de Cambara do Sul, a mostarda de butiá (fruta local) e o baniwa, uma mistura de pimentas fabricadas por uma tribo na Amazônia.
Em certa ocasião, Raphael trouxe os representantes desta tribo para serem apresentados a chefes franceses, explicando os produtos que utilizam na culinária típica de sua região no Brasil. Uma experiência única jamais vista pelos franceses!
O seu mais novo restaurante, Maloka Fogo e Brasa, foi aberto no último dia 6 de março, no 7ème, e já está bastante concorrido entre os locais. A especialidade é o churrasco, porém trabalhado de forma bem inovadora. A apresentação gourmet evidencia a influência da gastronomia francesa, mas seu sabor é essencialmente brasileiro. Uma verdadeira fusão das duas culinárias.
Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia
No cardápio, carnes e peixes são preparados em uma grelha vinda especialmente do Brasil para este novo restaurante. Os peixes são feitos envolvidos numa folha de bananeira, modo típico de preparo do nordeste brasileiro. Outra assinatura marcante de Raphael é que todos os pratos são feitos de modo a serem compartilhados, assim todos podem saborear os diferentes pedidos. As sobremesas também seguem essa linha e as opções são receitas bem brasileiras revisitadas. Como gostamos de falar: “pra comer de joelhos”!
Toda a decoração da mesa foi escolhida pessoalmente por Raphael. Os pratos são servidos em tábuas de madeira vindas de um projeto de preservação da biodiversidade dos Pampas, região do sul do Brasil, do qual ele é padrinho.
Maloka Fogo & Brasa – fonte: Dani Maia
O Maloka Fogo & Brasa abre todos os dias e, aos domingos, é possível degustar um delicioso brunch (este costume de brunch aos domingos já é tradição entre os franceses). As opções são bem tropicais e, dependendo do domingo, o menu varia.
Fomos conhecer o brunch do Maloka no último domingo, dia 09 de abril, e encontramos no cardápio camarões gigantes marinados no abacaxi, leitão à brasileira, pães de queijo servidos com linguiças e especiarias, ceviches, milho na brasa (que não podia deixar de aparecer no cardápio), ovos mexidos com cogumelos da Amazônia, açaí servidos com paçoca e frutas frescas da estação, entre outras exclusivas criações que levam a assinatura deste inovador chefe brasileiro. Tudo acompanhado por sucos naturais, chá mate da região sul e, claro, nosso cafezinho 100% made in Brasil! O brunch é farto, os ingredientes, frescos e o ambiente, muito agradável. Recomendamos a visita!
No jantar, o restaurante oferece diferentes possibilidades que, dependendo da escolha, o menu composto por entrada, prato principal e sobremesa, sai por 36€ ou 43€.
Para quem quer descobrir o paladar brasileiro de uma maneira bem inovadora e de altíssima qualidade, sem dúvidas esse é o endereço certo aqui em Paris. Além disso, sua localização não poderia ser melhor: apenas cinco minutos a pé da sempre encantadora Torre Eiffel!
Onde: Maloka Fogo & Brasa
Endereço: 1 bis rue Augereau, 75007
Horários: 2f a sab (almoço e jantar) e dom (brunch)
Metrô: La Tour Maubourg (linha 8)
Viva o Brasil! Vive la France!
Dani Maia
Daniele Maia Hilbert é fundadora da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo, e parceira do 30 Jours à Paris. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e contribui com dicas e informações super valiosas, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!