Île de lá Cité, seus cantos e encantos. É aqui que pulsa o coração da cidade. Suas principais atrações, Notre-Dame, La Conciergerie e Sainte-Chapelle, fazem parte do circuito tradicional e as pontes que conectam a ilha à terra firme oferecem as melhores paisagens do Sena. Arrisco a afirmar que é impossível ir à Paris (pela primeira ou vigésima vez) sem, ao menos, cruzá-la em alguma caminhada.
Apesar do intenso fluxo de gente, possui sua autenticidade preservada, principalmente, nas extremidades, revelada nas estreitas ruas medievais em direção à Île Saint-Louis ou na praça real protegida pelos edifícios vizinhos à Pont Neuf. Mas no coração da ilha, entre a Notre-Dame e o Tribunal de Commerce, há outro coin que encanta pela calma e beleza sutil.
Île de la Cité – Palais de Justice.
Situado na Place Louis-Lépine, o colorido Marché aux Fleurs et aux Oiseaux (recentemente renomeado como Marché aux fleurs Reine Elizabeth II) está instalado ao lado do metrô Cité desde o início do séc. XIX e, a partir de 1873, tomou o formato que conhecemos atualmente. O mercado composto por umas 20 barracas não abriga nada mais do que flores e pássaros.
Marché aux Fleurs – Île de la Cité.
Aberto todos os dias, de 2f a sábado os floristas ocupam todos os stands e oferecem uma variedade incrível de flores, plantas e arbustos do mundo inteiro, além de equipamentos e alguns objetos de decoração. Já aos domingos é a vez dos criadores de aves tomarem conta da pequena praça com seus pássaros típicos e raros, além de sementes e grãos, gaiolas e outros acessórios.
Marché aux Fleurs – Île de la Cité.
Prefiro as flores aos pássaros, acho agradável caminhar pelos becos verdes que se formam ali e, independente da época ano ou da condição climática, encontrar um lugar sempre colorido e vibrante.
ps: é proibido fotografar o interior do mercado e suas barracas.
Endereço: Place Louis-Lépine, 75004
Métro : Cité (linha 4)
Horários: 2f a sab (8h às 19h30) | Dom (8h às 19h)
Hoje desceremos na estação Varenne, linha 13 do metrô parisiense, onde iremos conhecer um dos mais belos e charmosos musées de Paris, o Museu Rodin.
O Museu Rodin que fora inaugurado em 1919 está localizado no antigo Hôtel Particulier Peyrenc Moras, o qual ficou conhecido como Hôtel Biron, e teve sua obra concluída em 1732 na Rue de Varenne. Joia da arquitetura rococó parisiense, esse antigo hôtel particulier acolhe em seus dois andares e no belíssimo jardim numerosas obras de Auguste Rodin e Camille Claudel, além de pinturas e esculturas da coleção particular de Rodin.
O Hôtel Biron no século XVIII.
O responsável pela construção desse belo exemplar da arquitetura rococó – moda na época – foi o “très riche” (riquíssimo) financeiro Abraham Peyrenc Moras, que desejou ter ao mesmo tempo uma casa de cidade e uma casa de campo, uma vez que o endereço à época ficava fora da aglomeração parisiense, e legou ao arquiteto do Rei Jean Aubert a sua construção. Abraham Peyrenc morreu em 1732, antes da conclusão dos trabalhos de seu hôtel particulier. Quel dommage (que pena)!
Jardins do Museu Rodin (foto Joenilson Silva)
O Hôtel Biron no século XIX.
A partir de 1788 muitos proprietários e inquilinos se sucederam no Hôtel Biron como, por exemplo, o duque de Charost que, em 1795, transformou uma grande horta ali existente em um belíssimo jardim inglês e o decorou com uma fonte, onde alugava o espaço para as muitas festas que ali aconteciam. Outros casos de locação do imóvel deram-se entre 1806 e 1810, quando a Santa Sé o alugou para o embaixador papal Cardinal Caprara, e logo após, em 1811, o imperador russo transfere sua embaixada para este imóvel.
Jardins do Museu Rodin (foto Joenilson Silva)
O Hôtel Biron no século XX.
Após sucessivos proprietários, o Hôtel Biron é posto à venda mais uma vez. Mas enquanto espera um comprador, a propriedade começa a receber locatários, em 1905, incluindo aí muitos artistas: o controverso escritor Jean Cocteau (1889-1963), o pintor Henri Matisse (1869-1954), a dançarina Isadora Duncan (1877-1927) e a escultora Clara Whestoff (1878-1954), esposa do poeta Rainer Maria Rilke (1875-1921) através do qual Rodin descobre a mansão que viria a se tornar um museu em sua homenagem. E é em 1908 que Rodin aluga quatro salas no andar térreo onde abrigaria seu atelier. Ele descobre um jardim selvagem, abandonado desde a partida da congregação, em 1904. e decide instalar ali algumas de suas obras (as quais podemos ver até os dias de hoje) e algumas peças de sua coleção de antiguidades. A partir de 1911, ele ocupa todo o Hôtel Biron.
Les Trois Ombres (foto Joenilson Silva)
Musée Rodin
Em 1911, o imóvel foi vendido ao estado francês que o adquiriu com fins de instalar ali o Serviço dos Edifícios Públicos do Ministério da Educação. Todos os ocupantes do Hôtel Biron são impelidos a deixar o local, à exceção de Rodin, que se recusa a sair, e a partir dali começa a trabalhar arduamente para comprar a propriedade das mãos do estado.
Rodin decide então doar ao Estado Francês suas obras e suas peças de coleção de antiguidades, mas pede em contrapartida que o Hôtel Biron seja transformado em museu. Ainda em 1916, um ano antes de sua morte, a Assembléia Nacional aprova uma lei confirmando que tanto a mansão quanto os seus jardins agora seriam denominados Musée Rodin. Em 1919, o museu foi oficialmente inaugurado.
O Beijo (foto Joenilson Silva).
Atualmente, nos deparamos com mais de 300 obras do escultor francês, além de obras de Camille Claudel, sua eterna amante (não confundir com Rose Beuret, sua esposa, a qual Rodin casou-se depois de longos anos de convivência a apenas algumas semanas antes de sua morte). Há também algumas obras de Monet, mas o que ficará para sempre em nossas memórias são as aclamadas obras desse gênio francês, tais como: O Pensador, O Beijo, Balzac, Os Burgueses de Calais, Portas do Inferno e tantas outras.
Endereço: 79 rue des Varenne, 75007
Quanto: jardins (5,30€) e museu + jardins (11,30€)
Metrô: Varenne (linha 13)
Horários: ter a dom (10h às 17h45)
Bonne visite à tous, et à bientôt.
Joenilson Silva
Joenilson Silva é ex-presidente da Aliança Francesa do RN e um apaixonado pela história da França, sobretudo por Paris. O novo parceiro do 30 Jours à Paris divide seu tempo entre a Ville Lumière e Natal, cidade onde reside, e no momento escreve um livro sobre os monumentos parisienses. Joenilson contribui com artigos históricos sempre regados com dicas e sugestões de quem conhece Paris na palma da mão.
O ritmo da estação – África criativa em plena ebulição.
De 27 de março a 25 de junho as Galeries Lafayette celebrarão o dinamismo e a criatividade de artistas e estilistas africanos através da temática “África Now” com exposição de obras de arte e coleção exclusiva da pop up multicultural Marché Noir. O conceito permeia todo o interior do edifício principal localizado no Boulevard Haussmann, desde as vitrines que mesclam fotografias do nigeriano Lakin Ogunbanwo com looks coloridos ao interior da loja que ganhou uma instalação do artista Joël Andrianomearisoa sob a famosa cúpula neobizantina.
A mostra “Le Jour qui Vient” idealizada por Marie-Ann Yemsi se propõe a promover o encontro de uma nova geração de artistas africanos entre fotógrafos, pintores, designers e escultores, todos engajados em causas sociais. Segundo a curadora, “trata-se de uma viagem artística por meio de uma criação crítica, densa e promissora que convida a uma metamorfose do nosso olhar e de nossas percepções”. A exposição acontece na Galerie des Galeries (1º andar) até dia 10 de junho e a entrada é gratuita.
A incrível pop up store Marché Noir localizada no Marais, na Rue Perrée, chega para apimentar o Africa Now com suas peças cheias de personalidade assinadas por jovens criadores africanos e também garimpadas em diversos países. Seus tesouros vintages celebram a miscigenação e autenticidade, nos convidando à construção de um estilo próprio.
fonte: @GaleriesLafayette
La Parade Africa Now
No dia 2 de abril, próximo domingo, os três prédios das Galeries Lafayette contarão com eventos ligados ao Africa Now, como ateliês, jogos, exibição de documentário, sorteio de uma viagem ao Kenia e muito mais. Confira a programação completa aqui.
A partir das 11hs, três dos melhores restaurantes africanos em Paris estarão presentes com seus foodtrucks apresentando especialidades da culinária do Mali, Camarões e Senegal. E às 15hs ocorrerá um desfile organizado em parceria com o Marché Noir para apresentar a África contemporânea através de cinco atos durante 20 minutos de festa, música e muito estilo.
Aproveite a parceria do 30 Jours à Paris com as Galeries Lafayette apresentando o voucher abaixo na loja.
Galeries Lafayette Paris Haussmann
Onde: 40 Boulevard Haussmann, 75009 Paris
Horários: 2f a Sab (9h30 às 20h) e Dom (9h às 11h)
Metro: Chausée d’Antin – La Fayette (linhas 7 e 9) ou Ópera (linhas 3, 7 e 8).