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O comércio parisiense e suas placas.

14 de setembro de 2016 — by Carol Pio Pedro0

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Quanto mais visito Paris, mais certeza tenho de que a beleza dela está nos detalhes. Não quero dizer com isso que a Torre, o Arco e as pontes, por exemplo, são meros coadjuvantes, mas nem todos os monumentos, por si só, sustentariam o título que a cidade carrega de uma das mais deslumbrantes do mundo. É o conjunto que impressiona… e os inúmeros detalhes, cuidadosamente/ simetricamente, bem pensados deixam uma rua qualquer mais bonita, que contribui para a melhoria de um quarteirão, que ajuda a compor um quartier bem-proporcionado, que colabora para a beleza de um arrondissement inteiro, vezes 20, formando a cidade que conhecemos hoje.

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Vista do alto da Notre-Dame @ Île de la Cité.

Voltando pro início, para aquela simples rua, estamos diante dos seus prédios, jardins, casas, praças, canteiros… e treinando nosso olhar é possível enxergar vários detalhes que passam desapercebidos pela maioria, mas que contribuem imensamente pra essa atmosfera charmosa de Paris. Dentre os detalhes que mais gosto de observar estão os antigos letreiros, placas e tabuletas do comércio.

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Por um longo período no passado o mercado imobiliário não se preocupava em manter qualquer traço ou vestígio da decoração original de uma loja que estava à venda. Com o passar dos anos, os comerciantes começaram a perceber que o charme das antigas boutiques era atrativo e oferecia boas possibilidades para o negócio.

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Restaurante + loja de vinho @ Île de la Cité.
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Sur la Terre Comme au Ciel @ 1er.

Atualmente, é bastante comum ver lojas modernas orgulhosamente ostentando em suas fachadas os letreiros de ferro, madeira ou cerâmica que entregam a ocupação anterior do espaço, por vezes boulangeries, sapatarias, açougues… No Marais essa característica é tão marcante que já virou “paisagem urbana”. Graças ao processo de revitalização da área, na década de 70, o conjunto arquitetônico medieval foi preservado, seus prédios realinhados à rua e suas fachadas, tombadas. Com a valorização da região os antigos comerciantes não suportaram a alta dos aluguéis e fecharam as portas, abrindo espaço para empreendedores com novas ideias que trouxeram novas lojas, bares, galerias de arte, restaurantes e cafés. A combinação não poderia ser melhor!

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EKYOG @Marais.
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Boot Café @Marais.

No Musée Carnavalet, museu localizado no Marais e dedicado a contar a história da capital francesa, existe uma galeria só para os letreiros e tabuletas e é interessante observar a evolução do comércio de Paris contada por meio da coleção desses objetos. Aliás, fica a dica: visite esse museu. O prédio, um antigo hôtel particulier, é lindo, o jardim, idem e o acervo é bacana. Além de tudo, a entrada é gratuita!

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Placa Le Chat Noir @ Musée Carnavalet.

 Bisous :)

Carol

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O animado Canal Saint-Martin

7 de setembro de 2016 — by Carol Pio Pedro0

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O Canal Saint-Martin corta o 10ème e o 11ème, possui 4,5km de extensão e conecta o Canal de l’Ourcq ao Rio Sena. Se você já assistiu o Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) provavelmente se lembrará de um lugar onde ela vai para atirar pedrinhas na água. Voilà!

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Cena do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.

O filme foi lançado em 2001 e as cenas rodadas no Canal Saint-Martin dão a ideia de um lugar bucólico e tranquilo, com passarelas cruzando o canal e uma densa área verde ao longo do caminho. De fato, esse cenário permanece intacto, mas nos últimos anos a região vem passando por um intenso processo de revitalização, assim como aconteceu no Marais, na década de 70.

De quartier populaire, com população de renda baixa e, predominantemente, mais velha no passado, aos poucos o bairro passou a atrair moradores mais jovens e com maior poder aquisitivo. Antigas boulangeries e lojinhas de badulaques agora estão lado a lado com marcas descoladas e bistrôs comandados por novos chefes. Jovens de famílias tradicionais convivem com imigrantes de muitas partes, hypsters e artistas dividem espaço com famílias e casais. Longe de se parecer com outras regiões da cidade dignas de cartão-postal, o Canal Saint-Martin atrai, justamente, pelo jeitão leve, simples, natural e “bagunçado” que essa mistura de diferentes gerações, culturas e costumes proporciona.

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Boutique Antoine & Lili às margens do Canal Saint Martin.

O bairro não conta com museus ou monumentos históricos, por isso vá com o intuito de realmente experimentar o cotidiano do parisiense, sem roteiros pré-concebidos ou horário estipulado para um próximo compromisso. Se for a sua primeira vez, aconselho que vá num fim de semana, quando o ambiente fica ainda mais divertido por lá, principalmente, se o tempo estiver bom! Faça um piquenique ou, pelo menos, passe um tempo à beira do canal, onde tudo acontece: de performances musicais a encontros de grandes turmas de amigos – celebrações, claro, regadas a um bom champagne!

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Passarela no Canal Saint-Martin.
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Canal Saint-Martin.

Para conhecer o entorno, a melhor maneira é flanar pelas duas margens do canal (Quai de Valmy e Quai Jemappes) e caminhar também pelas as ruas transversais e paralelas. Dica 1: aos domingos o jardim do Hôpital Saint-Louis está aberto à visitação. A área verde é bastante simpática e oferece uma boa infra para crianças!

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Jardin du Hôpital Saint-Louis.

Por aqui existem muitos cafés e bistrôs a preços mais justos do que o vizinho Marais. Dica 2: um lugar bacana é o Hotel du Nord que, apesar do nome, é só um restaurante gostoso e descolado em frente ao canal.

  • Onde: Canal Saint-Martin
  • Metrô: Stalingrad (linhas 2,5 e 7) e République (linhas 3, 5, 8, 9 e 11).

Bisous :)

Carol

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A vizinha à Torre Eiffel: Rue Saint Dominique

2 de setembro de 2016 — by Carol Pio Pedro3

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É com enorme prazer que apresento a vocês a nova parceira do 30 Jours à Paris: Daniele Maia Hilbert, da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e a partir de agora trará dicas e informações super valiosas aqui para o blog, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!

Seja bem-vinda, Dani! :)


Estou muito contente com a minha estréia aqui no 30 Jours à Paris! Refleti bastante sobre qual lugar deveria apresentar para vocês, pois sou apaixonada por Paris, moro aqui faz algum tempinho e todo lugar para mim é especial.  Resolvi, então, por motivos óbvios, apresentar o bairro que escolhi para morar e onde se encontra o ponto turístico mais emblemático e o maior símbolo da cidade luz, a Torre Eiffel.

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Torre Eiffel – fotos: Dani Maia

Este bairro é frequentado por todos os visitantes de Paris, porém eles ficam tão seduzidos pela torre – que sem dúvida alguma é maravilhosa – que acabam perdendo a oportunidade de explorar melhor esta localidade de Paris tão residencial e com muitas coisas interessantes para ver, provar e descobrir.

O bairro onde reside esta imponente torre é o 7ème arrondissement, na rive gauche. Uma curta explicação: Paris é cortada pelo rio Sena, com isso existe a « rive droite » (parte direita do rio) e a « rive gauche » (parte esquerda do rio). A melhor forma para conhecer o bairro e chegar à Torre Eiffel é atravessar a famosa Ponte Alexandre III (se você estiver na rive droite) que leva diretamente aos  « Invalides », monumento também muito famoso de Paris.

Pont Alexandre III
Pont Alexandre III – foto: Dani Maia.
Les Invalides
Les Invalides – foto: Dani Maia.

Virando à direita, chegamos à rua Saint Dominique, uma das mais famosas do bairro pelos seus bistros tradicionais, restaurantes gastronômicos, renomadas pâtisseries francesas e toda variedade de comércio.

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Fontaine de Mars na Rue Saint Dominique. Foto: Dani Maia.
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Rue Saint Dominique – foto: Dani Maia.

Muitos nomes famosos da gastronomia francesa se instalaram nesta rua e destaco aqui, como exemplos, os restaurantes da minha preferência. O meu predileto é o Les Fables de la Fontaine, cuja cozinha é comandada por Julia Sedefdjian, que no ano passado bateu o recorde como a chefe francesa mais jovem a conquistar uma estrela no guia Michelin. Julia tem apenas 21 anos!

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La Fables de la Fontaine: Dani Maia e a premiada Chef Julia Sedefdjian.

Outro restaurante que costumo frequentar bastante pelas suas deliciosas vieiras frescas (em francês, Saint Jacques) é o Les Cocottes, do renomado chefe Christian Constant.

Les Cocottes - fotos: Dani Maia.
Les Cocottes – fotos: Dani Maia.

Já para os fanáticos por carnes, o Fontaine de Mars, é um must go, a qualidade é excelente e é uma das mais antigas brasseries parisienses.

La Fontaine de Mars - fotos: Dani Maia.
La Fontaine de Mars – fotos: Dani Maia.

A brasserie Thoumieux, para quem gosta de um lugar mais requintado, tem uma decoração lindíssima, além da boa gastronomia e da sua pâtisserie deliciosa.

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Restaurante Thomieux – foto: Dani Maia.
Restaurant Thomieux - foto: Dani Maia.
Restaurant Thomieux – foto: Dani Maia.

E aqui fica uma excelente dica: durante a semana todos os restaurantes oferecem um « menu déjeuner » por um preço super especial. Vale muito a pena conhecer bons restaurantes desta forma, custo benefício excepcional, porém é obrigatório fazer uma reserva com antecedência para conseguir uma mesa!

A rua Saint Dominique ainda tem diversos pequenos restaurantes, bares e também as tradicionais boulangeries (padarias). Sem dúvida, um verdadeiro tour gastronômico!

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Boulangerie Nelly Julien – foto: Dani Maia.

Bem no finalzinho da rua você vai encontrar o Champ de Mars, um parque verde delicioso destacado pela presença monumental da Torre Eiffel ! E é neste parque que você vai descobrir muitos ângulos diferentes para fotografar esta beleza de monumento que tanto seduz a todos! Além disso, o lugar é espetacular para uma reunião entre amigos, familiares, encontros amorosos e regado por um bom vinho francês ou um champagne o programa fica ainda mais perfeito !

Champ de Mars no verão! Fotos: Dani Maia.
Champ de Mars no verão! Fotos: Dani Maia.

Santé ! Profitez vous bien!

Daniele Maia

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Daniele Maia Hilbert
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