Compartilho com vocês a tradução de um artigo que achei interessante do blog parisiense que acompanho e adoro chamado Paris ZigZag. Trata-se da história de um dos cabarets mais antigos de Paris, Le Lapin Agile, situado em Montmartre. Para ler o post original clique aqui.

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Le Lapin Agile, outrora rei dos cabarés de Montmartre, nem sempre foi a atração turística que é hoje, atraindo olhares e atenção por conta da fachada famosa com cores bonitas. De onde vem o nome desse “cabaré artístico”? Como ele ganhou essa reputação?

De “Cabaret des Assassins” au “Lapin à Gill” (de “Cabaré dos Assassinos” a “Coelho à Gill”)

Freqüentado por artistas famosos como Picasso, Maupassant, Apollinaire e, mais recentemente Brassens, o Lapin Agile é um dos cabarets mais antigos de Paris. Criado em meados do século XIX – muito antes do nascimento do Le Chat Noir em 1881 – foi em 1869 que esta pequena cabana localizada a poucos passos da Maison Rose recebeu o nome de Cabaret des Assassins. O motivo? As gravuras penduradas nas paredes representavam famosos assassinos!

Alguns anos mais tarde, em 1880, o proprietário da taberna já frequentada por muitos artistas confia ao caricaturista André Gill, habitué do local, a criação de uma marca para o cabaré e este escolhe pintar um coelho vestido escapando da panela destinada a ele. Assim, o cabaret torna-se conhecido como o nome “Le Lapin à Gil” e logo se transformou em “Le Lapin Agile” (O Coleho Ágil)! Desde esse tempo, a fama desse estabelecimento montmartrois se mantém.

Le Lapin Agile (O Coelho Ágil)

Foi no Lapin Agile que ocorreu a “mentira artística” de maior repercussão do início do século XX. Um dia, em março de 1910, o jornalista e escritor Roland Dorgelès decide pegar emprestado o asno de seu amigo, Frèdè, o “gerente” do Lapin Agile, para realizar uma experiência sem precedentes: criar um quadro pintado pelo quadrúpede e divulgar a arte para os críticos sob o nome de um artista desconhecido!

Quando a imprensa e o público são apresentados à obra pintada por um certo J.R. Boronali intitulada “E o sol adormeceu no Adriático” ficaram maravilhados com o trabalho. Eles, obviamente, não sabiam que J.R. Boronali não era outro senão Lolo, o burro do Lapin Agile!

Imagine a repercussão quando a verdade veio à tona… Dorgelès explicou mais tarde que queria “mostrar aos tolos, aos incapazes e aos vaidosos que a obra de um asno, tendo sua cauda como pincel, ​​não está tão deslocada quanto às demais obras expostas no Salon des indépendants.

Uma história louca inteiramente característica do ambiente lunático e apaixonante que é Montmartre.

• Le Lapin Agile
• Endereço: 22 Rue Saules, 75018
• Metrô : Lamarck-Caulaincourt (linha 12)

 

Situado no coração do Bois de Boulogne (a área verde mais extensa de Paris) o Parc de Bagatelle é um dos quatro jardins botânicos da cidade. Sua origem é do início do séc. XVIII e seu nome se deve ao Duque de Estrées que, para presentear sua esposa, executou obras e melhorias na propriedade que lhe custaram uma “bagatela”. E o nome pegou

Em 1775, seus jardins e palacete passaram por mais uma reconstrução, dessa vez em pouco mais de 2 meses por conta de uma aposta entre a rainha Maria Antonieta e seu cunhado, o conde de Artois (irmão do rei Louis XVI), que usava a propriedade para diversão, oferecendo grandes festas e levando suas conquistas amorosas para lá. Em 1905, tornou-se propriedade da cidade de Paris e transformado em um parque público. Logo nos primeiros anos foi palco para as experiências de vôo de Santos Dumont.

Atualmente, o Parc de Bagatelle é mais austero e simples se comparado a parques como Jardin de Luxembourg e Parc Monceau, por exemplo. A sensação que tive é que ele é mais “natural” e wild como o Buttes Chaumont, apesar de que, em ambos os casos, os elementos que me fazem ter essa percepção (lago, cascata e gruta) sejam artificiais. Mas ainda assim, como ele é muito extenso – 24 hectares no total – a área verde descampada (sem nenhum tipo de design, mas sempre bem cuidada) tive a sensação de estar no campo e não em um parque.

Achei uma delícia que mesmo durante um fim de semana ensolarado não havia aglomeração alguma, como acontece nos outros parques. Apenas algumas pessoas fazendo piquenique, passeando com crianças, visitando o interior do palacete Folie ou relaxando nos bancos em meio ao verde. O que mais gostei de fazer, na verdade, foi de andar atrás dos pavões que vivem soltos por ali! Contei uns 10 – todos dóceis, mansinhos e deslumbrantes!

Durante a primavera a maior atração do local é o roseiral com mais de 10.000 roseiras de 1.200 espécies diferentes. Visitei o parque nessa época (fim de maio de 2018), mas infelizmente nem todas as flores tinham desabrochado. No verão, a atração fica por conta das exposições e concertos de música clássica.

O Parc de Bagatelle fica no 16ème, mas não tem metrô tão perto… a maneira mais fácil de acessá-lo por transporte público é o combinado metrô + ônibus. Há duas entradas distintas, por isso veja a dica abaixo:

1- Entrada da Grille de Sèvres (lado oeste)

• Endereço: Route de Sèvres-à-Neuilly, Bois de Boulogne, 75016 Paris
• Metrô: Pont de Neuilly (linha 1) + ônibus 43 (direção Neuilly Bagatelle) e desça no ponto Place de Bagatelle
• Na Place de Bagatelle caminhe em linha reta em direção ao Bois de Boulogne (10 minutos a pé).

2- Entrée grille d’honneur (lado leste)

• Endereço: Route (piste cyclable) de la Longue Queue, Bois de Boulogne, 75016 Paris
• Metrô: Porte Maillot (linha 1) + ônibus 244 (direção Rueil Malmaison RER) e desça no ponto Bagatelle – Pré Catelan, localizado na Allée de Longchamp
• Na Allée de Longchamp  pegue a saída da direita (2 minutos a pé)

Bisous

Carol

Lugar ideal para experimentar o modo de vida parisiense, a Île Saint-Louis é um dos meus locais favoritos na cidade. Já falei sobre ela e dei dicas nesse post aqui. Localizada estrategicamente no coração de Paris, mas ao mesmo tempo afastada da agitação da capital, a pequena ilha possui uma atmosfera pitoresca e intimista, contando com apenas oito ruas, quatro cais, um conjunto arquitetônico secular de tirar o fôlego graças às suas mansões (hôtel particuliers) preservadas e uma magnífica vista para o rio Sena.

Os quatro cais (margens do Sena) – Béthune, Bourbon, Anjou ou Orléans – têm vistas espetaculares para a cidade, mas é a ponta oeste da ilha que guarda o melhor visual: a Notre-Dame à esquerda e  HÔtel de Ville à direita! O lugar é tão especial que recebeu o nome de Place Louis Aragon em homenagem ao escritor francês autor do romance Aurélien, cujo herói homônimo da novela vive em um apartamento com vista para essa praça. A placa ali instalada traz alguns versos do poeta:

“Connaissez-vous l’île  /  “Você conhece a ilha
Au cœur de la ville      /   No coração da cidade
Où tout est tranquille  /   Onde tudo é calmo
Éternellement”             /   Eternamente”

Nas margens do rio, no quai Bourbon, os parisienses gostam de se encontrar para relaxar, tomar alguma coisa ou fazer um piquenique entre amigos à beira da água. No mesmo ponto, porém no nível da rua, a pequena praça é cenário perfeito para um encontro, mas não me intimido nem um pouco de ficar por ali mesmo quando estou sozinha! Super oportunidade para tirar fotos inspiradoras como essas. Sem dúvida é um dos meus locais prediletos para assistir ao pôr do sol em Paris!

• Onde: Place Louis Aragon | Île Saint-Louis
• Metrô: Pont Marie (linha 7)

Bisous

Carol