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O animado Canal Saint-Martin

7 de setembro de 2016 — by Carol Pio Pedro0

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O Canal Saint-Martin corta o 10ème e o 11ème, possui 4,5km de extensão e conecta o Canal de l’Ourcq ao Rio Sena. Se você já assistiu o Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) provavelmente se lembrará de um lugar onde ela vai para atirar pedrinhas na água. Voilà!

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Cena do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.

O filme foi lançado em 2001 e as cenas rodadas no Canal Saint-Martin dão a ideia de um lugar bucólico e tranquilo, com passarelas cruzando o canal e uma densa área verde ao longo do caminho. De fato, esse cenário permanece intacto, mas nos últimos anos a região vem passando por um intenso processo de revitalização, assim como aconteceu no Marais, na década de 70.

De quartier populaire, com população de renda baixa e, predominantemente, mais velha no passado, aos poucos o bairro passou a atrair moradores mais jovens e com maior poder aquisitivo. Antigas boulangeries e lojinhas de badulaques agora estão lado a lado com marcas descoladas e bistrôs comandados por novos chefes. Jovens de famílias tradicionais convivem com imigrantes de muitas partes, hypsters e artistas dividem espaço com famílias e casais. Longe de se parecer com outras regiões da cidade dignas de cartão-postal, o Canal Saint-Martin atrai, justamente, pelo jeitão leve, simples, natural e “bagunçado” que essa mistura de diferentes gerações, culturas e costumes proporciona.

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Boutique Antoine & Lili às margens do Canal Saint Martin.

O bairro não conta com museus ou monumentos históricos, por isso vá com o intuito de realmente experimentar o cotidiano do parisiense, sem roteiros pré-concebidos ou horário estipulado para um próximo compromisso. Se for a sua primeira vez, aconselho que vá num fim de semana, quando o ambiente fica ainda mais divertido por lá, principalmente, se o tempo estiver bom! Faça um piquenique ou, pelo menos, passe um tempo à beira do canal, onde tudo acontece: de performances musicais a encontros de grandes turmas de amigos – celebrações, claro, regadas a um bom champagne!

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Passarela no Canal Saint-Martin.
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Canal Saint-Martin.

Para conhecer o entorno, a melhor maneira é flanar pelas duas margens do canal (Quai de Valmy e Quai Jemappes) e caminhar também pelas as ruas transversais e paralelas. Dica 1: aos domingos o jardim do Hôpital Saint-Louis está aberto à visitação. A área verde é bastante simpática e oferece uma boa infra para crianças!

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Jardin du Hôpital Saint-Louis.

Por aqui existem muitos cafés e bistrôs a preços mais justos do que o vizinho Marais. Dica 2: um lugar bacana é o Hotel du Nord que, apesar do nome, é só um restaurante gostoso e descolado em frente ao canal.

  • Onde: Canal Saint-Martin
  • Metrô: Stalingrad (linhas 2,5 e 7) e République (linhas 3, 5, 8, 9 e 11).

Bisous :)

Carol

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A vizinha à Torre Eiffel: Rue Saint Dominique

2 de setembro de 2016 — by Carol Pio Pedro3

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É com enorme prazer que apresento a vocês a nova parceira do 30 Jours à Paris: Daniele Maia Hilbert, da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e a partir de agora trará dicas e informações super valiosas aqui para o blog, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!

Seja bem-vinda, Dani! :)


Estou muito contente com a minha estréia aqui no 30 Jours à Paris! Refleti bastante sobre qual lugar deveria apresentar para vocês, pois sou apaixonada por Paris, moro aqui faz algum tempinho e todo lugar para mim é especial.  Resolvi, então, por motivos óbvios, apresentar o bairro que escolhi para morar e onde se encontra o ponto turístico mais emblemático e o maior símbolo da cidade luz, a Torre Eiffel.

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Torre Eiffel – fotos: Dani Maia

Este bairro é frequentado por todos os visitantes de Paris, porém eles ficam tão seduzidos pela torre – que sem dúvida alguma é maravilhosa – que acabam perdendo a oportunidade de explorar melhor esta localidade de Paris tão residencial e com muitas coisas interessantes para ver, provar e descobrir.

O bairro onde reside esta imponente torre é o 7ème arrondissement, na rive gauche. Uma curta explicação: Paris é cortada pelo rio Sena, com isso existe a « rive droite » (parte direita do rio) e a « rive gauche » (parte esquerda do rio). A melhor forma para conhecer o bairro e chegar à Torre Eiffel é atravessar a famosa Ponte Alexandre III (se você estiver na rive droite) que leva diretamente aos  « Invalides », monumento também muito famoso de Paris.

Pont Alexandre III
Pont Alexandre III – foto: Dani Maia.
Les Invalides
Les Invalides – foto: Dani Maia.

Virando à direita, chegamos à rua Saint Dominique, uma das mais famosas do bairro pelos seus bistros tradicionais, restaurantes gastronômicos, renomadas pâtisseries francesas e toda variedade de comércio.

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Fontaine de Mars na Rue Saint Dominique. Foto: Dani Maia.
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Rue Saint Dominique – foto: Dani Maia.

Muitos nomes famosos da gastronomia francesa se instalaram nesta rua e destaco aqui, como exemplos, os restaurantes da minha preferência. O meu predileto é o Les Fables de la Fontaine, cuja cozinha é comandada por Julia Sedefdjian, que no ano passado bateu o recorde como a chefe francesa mais jovem a conquistar uma estrela no guia Michelin. Julia tem apenas 21 anos!

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La Fables de la Fontaine: Dani Maia e a premiada Chef Julia Sedefdjian.

Outro restaurante que costumo frequentar bastante pelas suas deliciosas vieiras frescas (em francês, Saint Jacques) é o Les Cocottes, do renomado chefe Christian Constant.

Les Cocottes - fotos: Dani Maia.
Les Cocottes – fotos: Dani Maia.

Já para os fanáticos por carnes, o Fontaine de Mars, é um must go, a qualidade é excelente e é uma das mais antigas brasseries parisienses.

La Fontaine de Mars - fotos: Dani Maia.
La Fontaine de Mars – fotos: Dani Maia.

A brasserie Thoumieux, para quem gosta de um lugar mais requintado, tem uma decoração lindíssima, além da boa gastronomia e da sua pâtisserie deliciosa.

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Restaurante Thomieux – foto: Dani Maia.
Restaurant Thomieux - foto: Dani Maia.
Restaurant Thomieux – foto: Dani Maia.

E aqui fica uma excelente dica: durante a semana todos os restaurantes oferecem um « menu déjeuner » por um preço super especial. Vale muito a pena conhecer bons restaurantes desta forma, custo benefício excepcional, porém é obrigatório fazer uma reserva com antecedência para conseguir uma mesa!

A rua Saint Dominique ainda tem diversos pequenos restaurantes, bares e também as tradicionais boulangeries (padarias). Sem dúvida, um verdadeiro tour gastronômico!

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Boulangerie Nelly Julien – foto: Dani Maia.

Bem no finalzinho da rua você vai encontrar o Champ de Mars, um parque verde delicioso destacado pela presença monumental da Torre Eiffel ! E é neste parque que você vai descobrir muitos ângulos diferentes para fotografar esta beleza de monumento que tanto seduz a todos! Além disso, o lugar é espetacular para uma reunião entre amigos, familiares, encontros amorosos e regado por um bom vinho francês ou um champagne o programa fica ainda mais perfeito !

Champ de Mars no verão! Fotos: Dani Maia.
Champ de Mars no verão! Fotos: Dani Maia.

Santé ! Profitez vous bien!

Daniele Maia

Contatos:

Daniele Maia Hilbert
Daniele Maia Hilbert

 

Dicas úteis

As primeiras fotos de Paris

26 de agosto de 2016 — by Carol Pio Pedro4

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Pesquisando em sites franceses cheguei até um artigo bastante interessante que reúne uma seleção das primeiras fotos feitas de Paris, no séc. XIX, dentre elas o primeiro registro de figuras humanas em uma fotografia. em 1839. Gostei tanto do assunto que fui pesquisar mais afundo e descobri que o processo fotográfico foi inventado na França!

Em 1793, Joseph Nicéphore Niépce, um inventor francês, iniciou alguns experimentos fotográficos, mas as imagens desapareciam rapidamente. Mais de uma década se passou até que ele conseguisse reproduzir uma imagem permanente, em 1826. O processo recebeu o nome de heliografia e demorava cerca de 8 horas para atingir a completa fixação. O trabalho de pesquisa continuou ao longo dos anos até sua morte, em 1833, mas os estudos foram levados adiante por seu sócio, Daguerre.

De acordo com o contrato de sociedade entre ambos, Louis Jacques Mandé Daguerre herdou a invenção e todos os estudos desenvolvidos por Niépce, o que lhe permitiu testar outras variações da câmera obscura, até que conseguiu uma redução drástica no tempo de exposição da máquina ao cenário a ser fotografado e, em 1839, patenteou o processo fotográfico – o daguerreótipo.

As primeiras fotografias da cidade datam deste mesmo ano e retratam a Pont Neuf, o Louvre e o Boulevard du Temple.

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Foto da Pont Neuf tirada por Daguerre em 1839.
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Pont Neuf em 1839.
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Louvre em 1839.
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Boulevard du Temple em 1839.

Note que, com exceção da última foto, nenhuma traz o registro de pessoas, só de elementos estáticos. Isso porque a fixação da imagem levava cerca de 10 minutos para acontecer e com a movimentação das pessoas, a captação se tornava impossível! Era como se as ruas estivessem sempre desertas quando, na verdade, havia gente transitando por toda parte. No caso da foto do Boulevard du Temple o registro só foi possível porque havia um engraxate (canto inferior esquerdo) trabalhando em seu posto por um bom tempo!

Apesar das grandes obras de melhoria promovidas pelo Barão de Haussmann, entre 1853 e 1870, que transformaram a cidade no que ela é hoje, é sensacional ter acesso às imagens pré-haussmann e facilmente identificar os lugares que conhecemos e percorremos atualmente!

Bisous :)

Carol