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Boutique Hermès dentro de uma antiga piscina

18 de outubro de 2016 — by Carol Pio Pedro1

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Coluna Dani Maia – DMH Luxury


A tradicional piscina do Hotel Lutetia, construída em 1935 pelo arquiteto Lucien Bérguet, foi um modelo de modernidade para a época, pois já possuía um aparelho que produzia ondas artificiais.

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Esta piscina de estilo art déco foi classificada como “Monumento Histórico” em 2005, quase 30 anos depois do seu fechamento por motivos de segurança. O custo para colocá-la nas normas impostas chegaria a 6 milhões de euros, com muitas modificações necessárias a serem feitas e pouco rentável para este grande investimento. Sendo assim, uma das marcas de luxo mais renomadas do mundo, a Hermès, encontrou nesta piscina o lugar ideal para instalar sua concept store, bem no coração do charmoso bairro de Saint-Germain-des-Près.

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Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.

A piscina foi toda coberta por lindos mosaicos, dando uma impressão simbólica como de caminhar sob a água. O ambiente recebeu quatro instalações de 9 metros de altura em forma de madeiras entrelaçadas que são verdadeiras obras de arte, além da imponente escada que dá acesso à parte inferior da boutique.

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Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.

O arquiteto Denis Montel, juntamente com a agência RDAI, criaram a excepcional concept-store de luxo com 1.500 m², respeitando e adaptando toda a estrutura e a história deste monumento histórico francês. Diversos ambientes Hermès foram criados, desde boutique, livraria até um lindo salão de chá.

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Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.
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Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.
Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.

Um ambiente agradabilíssimo é o “Le Plongeoir” – a decoração deste “salon de thé” foi inspirada em jardins de inverno. Este café-in-shop conta com a colaboração da famosa marca francesa de chás “Le Palais du Thés” que oferece uma seleção de chás exclusivos. Além disso, há a possibilidade para almoço com pratos leves, como saladas, carpaccio ou quiche escolhidos pelo conhecido traiteur Saint-Clair e tudo é servido nas mais lindas louças Hermès.

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Le Plongeoir – Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.
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Le Plongeoir – Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.
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Le plongeoir – Hermès Rive Gauche. Foto by Dani Maia.

Sem dúvida a visita a essa concept-store da Hermès é uma experiência única, principalmente para os apreciadores, não só da marca, mas também de decoração, arte e bom gosto.

  • Hermès Rive Gauche
  • Onde: 17 rue de Sèvres, 75006 Paris
  • Metrô: Sèvres-Babylone (linhas 10 e 12)
  • Horários: 2f a Sab (10:30 às 19:00)

Daniele Maia


Daniele Maia Hilbert é fundadora da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo, e parceira do 30 Jours à Paris. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e contribui com dicas e informações super valiosas, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!

Contatos:

Daniele Maia Hilbert
Daniele Maia Hilbert

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A romântica Place de Fürstenberg

14 de outubro de 2016 — by Carol Pio Pedro0

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Longe do brilho do Blvd Saint Germain e do burburinho dos famosos cafés e lojas sofisticadas ainda é possível encontrar ruas e cantos que preservam a alma de Saint-Germain-des-Prés, bairro historicamente conhecido como reduto intelectual da cidade.

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Blvd Saint-Germain.

É no coração do bairro que as estreitas ruas de pedra nos convidam para uma volta ao passado e revelam sem alarde um discreto comércio local com excelentes antiquários, galerias de arte e livrarias, pequenos hotéis de charme, pâtisseries, chocolateries e um punhado de lojas simpáticas.

Nesse contexto está inserida – escondida, melhor dizendo – a minúscula Place de Fürstenberg, tão pequena que nem parece uma praça. À primeira vista, ela pode decepcionar quem espera encontrar um lugar magnífico como tantos outros na cidade. Seu charme, entretanto, está na simplicidade e nos detalhes: ao centro, num patamar acima do nível da rua, 4 grandes árvores envolvem um antigo poste de luz; ao redor, prédios baixos que abrigam poucos apartamentos residenciais – para privilégio total dos moradores – e, no térreo, algumas boutiques hiper discretas, ateliers, a deliciosa pâtisserie Maison du Choux e também o museu Eugène Delacroix, que funciona no antigo atelier e casa do célebre pintor.

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Place de Fürstenberg.
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Place de Fürstenberg.

O cenário bucólico confere à Place de Fürstenberg o título de praça mais romântica de Paris. Ao entardecer, quando as lamparinas se ascendem, a atmosfera é ainda mais poética e nostálgica. No fim das contas, a essência de Saint-Germain está ali.

  • Onde: Place de Fürstenberg
  • Metro: Saint-Germain-des-Prés (linha 4) | Mabillon (linha 4)

Bisous,

Carol

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A poética Rue Férou em Saint-Germain

17 de agosto de 2016 — by Carol Pio Pedro2

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Quando ando sozinha pela cidade, geralmente opto pelas rotas “alternativas”, digamos assim. Evito, ao máximo, o vai-e-vem dos grandes boulevards e avenidas imponentes só pra observar a simplicidade da vida real que acontece dentro dos quartiers. Ando, ando, me perco, procuro por um endereço familiar, volto pras ruas desconhecidas, paro em qualquer ponto que me atraia, tiro foto de tudo, deixo o tempo correr… me perco de novo, viro uma esquina, e outra, e outra e outra, vejo novos anglos de um lugar já conhecido, volto pros eixos, me encontro.

Foi assim que cheguei até a Rue Férou depois de sair do Café Angeline, no Jardin de Luxembourg. Nunca tinha ouvido falar ou visto fotos do famoso mural. Decidi ir para Saint-Germain e sabia a direção, mas queria pegar os atalhos. Entrei na primeira rua que vi em frente ao museu do jardim e, pra minha sorte, era ela logo ali, escondidinha. Conforme fui caminhando me dei conta de onde ia sair, mas antes de chegar na Place Saint-Sulpice vi, à esquerda, o poema gravado nos muros. “Le Bateau Ivre” (O Barco Ébrio) é uma obra de Arthur Rimbaud (1854 – 1891) e a localização é bastante significativa: próximo ao lugar (um café que já não existe mais) onde o poeta recitou esses versos pela primeira vez, aos 17 anos.

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Rue Férou, Saint-Germain.

Segue abaixo o poema original + tradução, ambos extraídos do blog Poemargens. Mas se tiver oportunidade, delicie-se com a leitura das 100 linhas (da direita para a esquerda) na própria Rue Férou!

Le Bateau Ivre

Comme je descendais des Fleuves impassibles,
Je ne me sentis plus guidé par les haleurs:
Des Peaux-Rouges criards les avaient pris pour cibles
Les ayant cloués nus aux poteaux de couleurs.

J’étais insoucieux de tous les équipages,
Porteur de blés flamands ou de cotons anglais.
Quand avec mes haleurs ont fini ces tapages
Les Fleuves m’ont laissé descendre où je voulais.

Dans les clapotements furieux des marées
Moi l’autre hiver plus sourd que les cerveaux d’enfants,
Je courus ! Et les Péninsules démarrées
N’ont pas subi tohu-bohus plus triomphants.

La tempête a béni mes éveils maritimes.
Plus léger qu’un bouchon j’ai dansé sur les flots
Qu’on appelle rouleurs éternels de victimes,
Dix nuits, sans regretter l’oeil niais des falots!

Plus douce qu’aux enfants la chair des pommes sures,
L’eau verte pénétra ma coque de sapin
Et des taches de vins bleus et des vomissures
Me lava, dispersant gouvernail et grappin.

Et dès lors, je me suis baigné dans le Poème
De la Mer, infusé d’astres, et lactescent,
Dévorant les azurs verts ; où, flottaison blême
Et ravie, un noyé pensif parfois descend;

Où, teignant tout à coup les bleuités, délires
Et rythmes lents sous les rutilements du jour,
Plus fortes que l’alcool, plus vastes que nos lyres,
Fermentent les rousseurs amères de l’amour!

Je sais les cieux crevant en éclairs, et les trombes
Et les ressacs et les courants : Je sais le soir.

L’aube exaltée ainsi qu’un peuple de colombes,
Et j’ai vu quelque fois ce que l’homme a cru voir!

J’ai vu le soleil bas, taché d’horreurs mystiques,
Illuminant de longs figements violets,
Pareils à des acteurs de drames très-antiques
Les flots roulant au loin leurs frissons de volets!

J’ai rêvé la nuit verte aux neiges éblouies,
Baiser montant aux yeux des mers avec lenteurs,
La circulation des sèves inouïes,
Et l’éveil jaune et bleu des phosphores chanteurs!

J’ai suivi, des mois pleins, pareille aux vacheries
Hystériques, la houle à l’assaut des récifs,
Sans songer que les pieds lumineux des Maries
Pussent forcer le mufle aux Océans poussifs!

J’ai heurté, savez-vous, d’incroyables Florides
Mêlant aux fleurs des yeux de panthères à peaux
D’hommes ! Des arcs-en-ciel tendus comme des brides
Sous l’horizon des mers, à de glauques troupeaux!

J’ai vu fermenter les marais énormes, nasses
Où pourrit dans les joncs tout un Léviathan!
Des écroulement d’eau au milieu des bonaces,
Et les lointains vers les gouffres cataractant!

Glaciers, soleils d’argent, flots nacreux, cieux de braises!
Échouages hideux au fond des golfes bruns
Où les serpents géants dévorés de punaises
Choient, des arbres tordus, avec de noirs parfums!

J’aurais voulu montrer aux enfants ces dorades
Du flot bleu, ces poissons d’or, ces poissons chantants.
– Des écumes de fleurs ont bercé mes dérades
Et d’ineffables vents m’ont ailé par instants.

Parfois, martyr lassé des pôles et des zones,
La mer dont le sanglot faisait mon roulis doux
Montait vers moi ses fleurs d’ombres aux ventouses jaunes
Et je restais, ainsi qu’une femme à genoux…

Presque île, balottant sur mes bords les querelles
Et les fientes d’oiseaux clabaudeurs aux yeux blonds
Et je voguais, lorsqu’à travers mes liens frêles
Des noyés descendaient dormir, à reculons!

Or moi, bateau perdu sous les cheveux des anses,
Jeté par l’ouragan dans l’éther sans oiseau,
Moi dont les Monitors et les voiliers des Hanses
N’auraient pas repêché la carcasse ivre d’eau;

Libre, fumant, monté de brumes violettes,
Moi qui trouais le ciel rougeoyant comme un mur
Qui porte, confiture exquise aux bons poètes,
Des lichens de soleil et des morves d’azur,

Qui courais, taché de lunules électriques,
Planche folle, escorté des hippocampes noirs,
Quand les juillets faisaient crouler à coups de triques
Les cieux ultramarins aux ardents entonnoirs;

Moi qui tremblais, sentant geindre à cinquante lieues
Le rut des Béhémots et les Maelstroms épais,
Fileur éternel des immobilités bleues,
Je regrette l’Europe aux anciens parapets!

J’ai vu des archipels sidéraux ! et des îles
Dont les cieux délirants sont ouverts au vogueur:
– Est-ce en ces nuits sans fond que tu dors et t’exiles,
Million d’oiseaux d’or, ô future Vigueur?

Mais, vrai, j’ai trop pleuré ! Les Aubes sont navrantes.
Toute lune est atroce et tout soleil amer:

L’âcre amour m’a gonflé de torpeurs enivrantes.
Ô que ma quille éclate ! Ô que j’aille à la mer!

Si je désire une eau d’Europe, c’est la flache
Noire et froide où vers le crépuscule embaumé
Un enfant accroupi plein de tristesses, lâche
Un bateau frêle comme un papillon de mai.

Je ne puis plus, baigné de vos langueurs, ô lames,
Enlever leur sillage aux porteurs de cotons,
Ni traverser l’orgueil des drapeaux et des flammes,
Ni nager sous les yeux horribles des pontons.

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Rue Férou – Le Bateau Ivre.

O Barco Bêbado (tradução Augusto de Campos)

Quando eu atravessava os Rios impassíveis,
Senti-me libertar dos meus rebocadores.
Cruéis peles-vermelhas com uivos terríveis
Os espetaram nus em postes multicores.

Eu era indiferente à carga que trazia,
Gente, trigo flamengo ou algodão inglês.
Morta a tripulação e finda a algaravia,
Os Rios para mim se abriram de uma vez.

Imerso no furor do marulho oceânico,
No inverno, eu, surdo como um cérebro infantil,
Deslizava, enquanto as Penínsulas em pânico
viam turbilhonar marés de verde e anil.

O vento abençoou minhas manhãs marítimas.
Mais leve que uma rolha eu dancei nos lençóis
das ondas a rolar atrás de suas vítimas,
dez noites, sem pensar nos olhos dos faróis!

Mais doce que as maçãs parecem aos pequenos,
A água verde infiltrou-se no meu casco ao léu
E das manchas azulejantes dos venenos
E vinhos me lavou, livre de leme e arpéu.

Então eu mergulhei nas águas do Poema
do Mar, sarcófago de estrelas, latescente,
Devorando os azuis, onde às vezes – dilema
Lívido – um afogado afunda lentamente;

Onde, tingindo azulidades com quebrantos
E ritmos lentos sob o rutilante albor,
Mais fortes que o álcool, mais vastas que os nossos prantos,
fermentam de amargura as rubéolas do amor!

Conheço os céus crivados de clarões, as trombas,
Ressacas e marés: conheço o entardecer,
A Aurora em explosão como um bando de pombas,
E algumas vezes vi o que o homem quis ver!

Eu vi o sol baixar, sujo de horrores místicos,
Iluminando os longos glaciais;
Como atrizes senis em palcos cabalísticos,
Ondas rolando ao longe os frêmitos de umbrais!

Sonhei que a noite verde em neves alvacentas
Beijava, lenta, o olhar dos mares com mil coros,
Soube a circulação das seivas suculentas
E o acordar louro e azul dos fósforos canoros!

Por meses eu segui, tropel de vacarias
Histéricas, o mar estuprando as areias,
Sem esperar que aos pés de ouro das Marias
Esmorecesse o ardor dos Oceanos sem peias!

Cheguei a visitar as Flóridas perdidas
Com olhos de jaguar florindo em epidermes
De homens! Arco-íris tensos como bridas
No horizonte do mar de glaucos paquidermes.

Vi fermentarem pântanos imensos, ansas
Onde apodrecem Leviatãs distantes!
O desmoronamento da água nas bonanças
E abismos a se abrir no caos, cataratantes!

Geleiras, sóis de prata, ondas e céus cadentes!
Náufragos abissais na tumba dos negrumes,
Onde, pasto de insetos, tombam as serpentes
Dos curvos cipoais, com pérfidos perfumes!

Ah! se as crianças vissem o dourar das ondas,
Áureos peixes do mar azul, peixes cantantes…
– As espumas em flor ninaram minhas rondas
E as brisas da ilusão me alaram por instantes.

Mártir de pólos e de zonas misteriosas,
O mar a soluçar cobria os meus artelhos
Com flores fantasmais de pálidas ventosas
e eu, como uma mulher, me punha de joelhos…

Quase ilha a balouçar entre borras e brados
De gralhas tagarelas com olhar de gelo,
Eu vogava, e por minha rede os afogados
Passavam, a dormir, descendo a contrapelo.

Mas eu, barco perdido em baías e danças,
Lançado no ar sem pássaros pela torrente,
De quem os Monitores e os arpões das Hansas
Não teriam pescado o casco de água ardente;

Livre, fumando em meio às virações inquietas,
Eu que furava o céu violáceo como um muro
Que mancham, acepipe raro aos bons poetas,
Líquens de sol vômitos de azul escuro;

Prancha louca a correr com lúnulas e faíscas
E hipocampos de breu, numa escolta de espuma,
Quando os sóis estivais estilhaçam em riscas
O céu ultramarino e seus funis de bruma;

Eu que tremia ouvindo, ao longe, a estertorar,
O cio dos Behemóts e dos Maelstroms febris,
Fiandeiro sem fim dos marasmos do mar,
Anseio pela Europa e os velhos peitoris!

Eu vi os arquipélagos astrais! e as ilhas
Que o delírio dos céus desvela ao viajor:
– É nas noites sem cor que te esqueces e te ilhas,
Milhão de aves de ouro, ó futuro Vigor?

Sim, chorar eu chorei! São mornas as Auroras!
Toda lua é cruel e todo sol, engano:
O amargo amor opiou de ócios minhas horas.
Ah! que esta quilha rompa! Ah! que me engula o oceano!

Da Europa a água que eu quero é só o charco
Negro e gelado onde, ao crepúsculo violeta,
Um menino tristonho arremesse o seu barco
trêmulo como a asa de uma borboleta.

No meu torpor, não posso, ó vagas, as esteiras
Ultrapassar das naves cheias de algodões,
Nem vencer a altivez das velas e bandeiras,
Nem navegar sob o olho torvo dos pontões.

“Poemas sobre Paredes” é o nome do projeto que teve por iniciativa compartilhar obras de escritores mundialmente famosos pelos muros de diversas cidades. A ação começou na cidade universitária de Leiden, Holanda, em 1992, com um texto da poetisa russa Marina Tsvetajeva. Em Paris, o poema mural foi pintado por Jan Willem Bruins e inaugurado no dia 14 de junho de 2012, como parte do evento Marché de la Poésie, onde todos os editores franceses de poesia se encontram anualmente.

Adoraria que mais ruas da cidade recebessem esse carinho! :)

Bisous

Carol