A França é referência em qualidade, técnica e, sobretudo, paixão pela boa cozinha a ponto da gastronomia francesa ser declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade, segundo a UNESCO. Uma atenção especial é dada à confeitaria, com receitas seculares e mundialmente conhecidas. São muitos os clássicos, como o crepe, o mil-folhas, a tarte tatin, o mont blanc, etc.
A lista é enorme, mas nesse post vou me concentrar em três delícias clássicas que, nas mãos de chefs consagrados, ganharam versões mais elaboradas, novos sabores, boutiques especializadas e ascenderam ao status de “queridinhas”. Sim, falo dos macarrons, éclairs e choux! Confira agora minha lista de favoritos e onde saboreá-los em Paris.
1- Minha éclair (algo parecido com nossa bomba, só que ~bem~ melhor) predileta é a de maracujá e framboesa da L’ Éclair de Genie. Elas são muito bem servidas e há quem prefira dividi-las, o que pode ser uma boa desculpa para degustar mais de um sabor. O responsável pela marca é o renomado chef pâtissier Christophe Adam, que comandou a lendária épicerie francesa Fauchon por mais de 15 anos e, em 2012, abriu sua primeira boutique L’Éclair de Génie no coração de Paris. Hoje conta com 5 boutiques espalhadas pela cidade + 3 no Japão e 1 em Hong Kong.
L’Éclair de Genie – éclair de maracujá e framboesa.L’Éclair de Genie
2- O chou é um docinho feito com a mesma massa das éclairs, só que bem mais leve e menor. Super crocante, cai bem com um cafezinho a qualquer hora do dia. O que mais gosto na cidade é o da Maison du Chou, uma loja especializada que oferece a sobremesa com recheios em creme, chocolate, caramelo, praliné ou café.
La Maison du ChouAcompanhando a preparação do chou!
3- O macarron mais espetacular que já provei é o maracujá recheado com chocolate – o macarron mogador – da Pierre Hermé. Já provei outros de diferentes marcas e sabores, mas tô pra encontrar um melhor do que esse… O chef Pierre Hermé começou sua trajetória como aprendiz na cozinha do famoso chef patissier Gaston Lenôtre e, em 2001, abriu sua primeira boutique na Capital francesa, em Saint-Germain, com chocolates, macarrons e diversos doces que conquistaram o paladar dos parisienses.
Foto – www.pierreherme.comPiquenique com direito a macarron mogador e roteiro personalizado do 30 Jours à Paris!
Paris está em pleno inverno e com temperaturas bem baixas. Apesar do frio, a cidade surpreende com novas experiências e atrações inusitadas. É o caso dos ice bars que estão em alta e já se tornaram must go nessa temporada.
Para oferecer um clima bem invernal aos visitantes, a Galeries Lafayette instalou, na sua cobertura, um bar totalmente diferente, com duas cúpulas transparentes em forma de iglu.
Galeries Lafayette – Ice Cube Bar
Batizado como Ice Cube Bar, seu menu diversificado oferece desde bebidas quentes até champagne e coquetéis, além de acompanhamentos, como tapas salgadas e doces, ostras, fois gras e especialidades das montanhas.
Galeries Lafayette – Ice Cube Bar
Do lado de fora do bar ainda existem lounges com cobertores espalhados por toda parte, proporcionando um ambiente de inverno super charmosos e confortável.
Galeries Lafayette – Ice Cube Bar (lounge externo)
O ponto forte do Ice Cube Bar é a impressionante vista para os famosos “telhados de Paris” incluindo a Torre Eiffel, a Ópera Garnier e Montmartre. Em dias ensolarados, a descoberta de cada ângulo da Cidade Luz é mágica neste ambiente único.
Galeries Lafayette – Ice Cube Bar (vista de Paris)
O horário de funcionamento do Ice Cube Bar é das 11h às 19h, todos os dias, e sua localização é no sétimo andar das Galeries Lafayettes.
Galeries Lafayette Paris Haussmann
Onde: 40 Boulevard Haussmann, 75009 Paris
Metro: estações Chausée d’Antin – La Fayette (linhas 7 e 9) ou Ópera (linhas 3, 7 e 8).
Galeries Lafayette – Ice Cube Bar
Que tal experimentar a verdadeira sensação de estar em um iglu? O renomado Hotel Georges V proporciona essa experiência no seu Ice Lounge Bar que é aberto ao público e fica localizado no terraço do hotel.
Hotel George VHotel George V – Ice Lounge Bar
O Ice Lounge tem 36m² e sua decoração interior é coberta de gelo e espelhos, num ambiente a 15 graus negativos. A famosa marca de esqui Fusalp deixa à disposição dos visitantes roupas e acessórios apropriados, como manteaux, gorros e também luvas.
Ice Lounge Bar – roupas da marca Fusalp disponíveis aos clientes.
No cardápio, champagne, coquetéis e bebidas quentes, como o famoso “vin chaud” (vinho quente). O bar ainda oferece entradinhas assinadas pelos chefs do seu restaurante gastronômico como, por exemplo, o “fois gras passion” do chef Le Squer.
Hotel George V – Ice Lounge Bar: paredes de gelo.
Depois desta inesquecível experiência pode-se retornar à parte exterior do bar e contemplar os célebres pinguins azuis do diretor artístico do hotel, Jeff Leatham, famoso mundialmente pelas suas decorações florais.
Hotel George V – Ice Lounge Bar (esculturas)
Corra porque essa experiência memorável tem dias contados para acabar: 05 de março. Até lá, o Ice Lounge Bar permanecerá aberto todos os dias, das 12h às 22h, acessível também ao público externo.
Onde: Hôtel George V
Endereço: 31 Avenue George V, 75008 Paris 8
Metrô: estação George V (linha 1)
Divirtam-se!
Daniele Maia
Daniele Maia Hilbert é fundadora da DMHLuxury, consultoria especializada em marketing de luxo, e parceira do 30 Jours à Paris. Dani é carioca, mora em Paris há alguns anos e contribui com dicas e informações super valiosas, com o olhar criterioso de um verdadeiro local e a vibração de um “eterno turista” descobrindo as maravilhas da Cidade Luz!
Em uma cidade onde o estilo clássico prevalece, existem centenas de esculturas a céu aberto decorando fontes, praças, jardins, parques, igrejas e cemitérios. Porém, há outras tantas que fogem completamente ao padrão estético predominante e provocam reações diversas nos passantes – curiosidade, estranheza, poesia, ternura – cumprindo muito bem o papel da arte de instigar nossos sentidos e sentimentos.
Algumas são bastante conhecidas por estarem próximas a locais mais visitados, outras nem tanto… Conheça agora 4 esculturas que certamente chamam a atenção pela peculiaridade e descubra a história por trás de cada uma.
1) O Passe-Muraille, em Montmartre, é uma escultura já conhecida de muitos turistas que se aventuram fora dos limites da Sacré-Coeur e descem a colina explorando as ruas estreitas do bairro. À primeira vista, essa escultura de Jean Marais produzida em 1989 parece bastante divertida, mas o personagem representado aqui – baseado em um romance de Marcel Ayme – passa por uma grande desgraça…
Passe-muraille (foto: www.tamswitmark.com)
Na história intitulada como “Le Passe-muraille”, o personagem Dutilleul, um modesto funcionário que vive em Montmartre, descobre que tem o poder de atravessar paredes. Ele usa esse dom em benefício próprio, até se tornar um homem rico, antes de ser jogado na cadeia… e escapar! De volta a Montmartre, apaixona-se por uma mulher infeliz no casamento e volta a atravessar paredes para encontrar-se com ela debaixo dos olhos do marido ciumento, até perder seu dom e ficar emparedado para sempre na Rue Norvins… Jean Marais, ator e escultor francês, imortalizou o passe-muraille na parede diante da casa de Marcel Ayme.
Passe-muraille (foto: www.patryst.com)
Onde: Place Marcel Aymé, 75018 Paris
Metrô: Abbesses (linha 12)
2) “L’ Ecoute” – O Ouvinte é uma enorme obra criada, em 1986, pelo escultor francês Henri Miller e instalada em Les Halles, um dos bairros mais antigos – e atualmente menos atraentes – da cidade. A escultura instalada na Place René Cassins, próxima aos degraus da antiga Igreja St. Eustache, representa a cabeça de um homem de semblante pacífico que se apoia sobre sua mão e, sorrindo, escuta o mundo à sua volta, encorajando os passantes apressados a parar por um momento e fazer o mesmo.
L’Ecoute (foto: www.artipaint.com)
Atualmente, Les Halles é um imenso canteiro de obras e, portanto, evitada pelos visitantes. mas o imenso projeto de revitalização – já em execução – promete entregar um espaço verde e charmoso que se integrará com todas as ruas do entorno, restaurando, assim, a atratividade e importância do bairro. Mas é possível visitar a linda Église Saint-Eustache e a gigantesca escultura sem problemas.
L’Ecoute (foto: http://www.tousazimuts.org/)
Onde: Place René-Cassin, 75001 Paris
Metrô: Les Halles (linha4)
3) Escondido na Place Samuel de Champlain entre o Cemitério Père-Lachaise e a Avenue Gambetta, no 20ème, o “Monument aux victimes des Révolutions” (Monumento às vítimas das revoluções) foi criado em 1909 por Paul Moreau-Vauthier com pedras originais do mur des Fédérés, contendo ainda furos de balas decorrentes do fuzilamento que matou 141 pessoas em 1871.
Monument aux victimes des Révolutions (foto: LPLT / Wikimedia Commons).
Invisível a quem passa pela rua, esta parede transmite uma emoção estranha aos visitantes curiosos que entram na praça… As esculturas fantasmagóricas parecem estar em profunda dor e agonia, representando a as vítimas de ambos os lados de todas as revoluções. No canto inferior esquerdo está gravada a seguinte citação, que pertence a Victor Hugo: “O que queremos no futuro, o que queremos dele é a justiça, não vingança.”
Monument aux victimes des Révolutions (foto: Paris-bise-art.blogspot.com.br).
Onde: 18 Avenue Gambetta, 75020 Paris
Metrô: Père Lachaise (linhas 2 e 3) e Gambetta (linhas 3 e 3bis)
4) “L’Homme aux semelles devant” é uma obra do escultor Jean-Robert Ipoustéguy localizada na Place du Père-Teilhard-de-Chardin, em frente à Bibliothèque de l’Arsenal, no 4ème. A estátua de bronze encomendada por François Mitterrand, em 1984, é uma homenagem ao escritor Rimbaud, apelidado de “o homem com sola de vento” – L’Homme aux semelles de vent.
L’Homme aux semelles devant – Paris.
A escultura de Ipoustéguy faz referência ao poema Le Bateau Îvre de Rimbaud (“Comme je descendais des Fleuves impassibles”), ao passo que representa também o próprio escritor, um poeta aventureiro que viajou pelo mundo após encerrar, aos 21 anos, sua carreira literária, até sua morte precoce, aos 37 anos.
Place Père-Teilhard-de-Chardin, 75004 Paris
Metrô: Sully-Morland (linha 7)
Espero que tenha gostado da seleção de esculturas incomuns que fiz. Quais são as suas favoritas?