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Dicas úteis

História dos Bouquinistes de Paris

15 de março de 2017 — by Carol Pio Pedro2

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Inscritos como Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1991, les bouquinistes são verdadeiros personagens de Paris e fazem parte da paisagem bucólica em determinados trechos ao longo do Sena. Impossível não se sentir atraído por uma daquelas grandes caixas verdes de metal que contêm tanta história representada em livros, selos e gravuras quanto qualquer outra livraria tradicional na cidade. A grande vantagem para eles e para nós é que estamos diante de um cenário de filme, literalmente, e a atmosfera que se forma ali entre papéis, fotografias, cadeiras na calçada, pessoas indo e vindo e livreiros atendendo é muito convidativa.

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Les Bouquinistes de Paris – quai de Montebello.

Apresentando-os formalmente, les bouquinistes são os livreiros que exercem suas atividades operando cerca de 900 “caixas verdes” por mais de três quilômetros ao longo do Sena. A cor verde foi definida em referência ao primeiro metrô – os vagões verdes – e também às colunas de publicidade (colonnes Morris). Essas grandes caixas de metal instaladas no “parapeito” do rio e alinhadas uma após outra são simples containers quando estão fechadas, mas abertas se transformam em verdadeiras livrarias, com estantes e espaços definidos para cada artigo. Um charme! Tradicionalmente, o livro é o carro-chefe (estima-se um acervo de mais de 300.000 livros usados), mas também encontramos um grande número de revistas, selos e cartões postais.

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Les Bouquinistes de Paris – quai de Montebello.

Um pouco de história

Já no séc. XIII, uma vez ao ano, livreiros tinham a permissão de expor e vender seus manuscritos em “lojas itinerantes”, mas é com o surgimento da impressão em tipos móveis, na Alemanha, por volta de 1450, que o comércio de livros ganha um novo rumo e alguns comerciantes tomam posse das margens do Sena para vender exemplares usados. A pressão das autoridades reais e dos livreiros tradicionais passa a ser enorme para mitigar o comércio ambulante, até que conseguem proibi-lo a partir do início do séc. XVII até a metade do séc. XVIII.

Em 1789, o termo “bouquiniste” entra para o dicionário da Academia Francesa e durante o período da Revolução, apesar do declínio acentuado da produção editorial, os bouquinistes prosperam e se estabelecem na Pont Neuf, um ponto de entretenimento onde aconteciam performances, eventos musicais e leituras públicas.

Sob o regime de Napoleão I os bouquinistes ganham espaço com a construção dos novos quais e, finalmente, no reinado de Napoleão III, recebem autorização para exercer sua profissão instalando-se no quai Voltaire próximo à Pont Saint Michel.

Em 1859, a Câmara Municipal concede permissão para a instalação das famosas caixas verdes em lugares fixos e, em 1930, o tamanho dessas caixas é padronizado em 8 metros de comprimento. Atualmente, tudo é administrado e fiscalizado pela Prefeitura de Paris.

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Les Bouquinistes de Paris – Quai de Montebello.

É impossível passar batido, em todo caso, anote a localização exata dos bouquinistes: na Rive Droite (margem direita) estão desde a Pont Marie até o quai du Louvre e na Rive Gauche (margem esquerda), do quai de la Tournelle até o quai Voltaire. Meu ponto favorito para garimpar e fotografar os bouquinistes e suas caixas verdes é o Quai de Montebello (onde todas essas imagens foram feitas) por uma razão muito especial: a Notre-Dame aos fundos! Bom passeio!!!

Bisous,

Carol

2 comments

  • ClaudeteDias

    19 de março de 2017 at 21:39

    Carol, mmo conhecendo a história dos bouquinistes de Paris, foi uma delícia ler o artigo e ver as lindas fotos ! Como pesquisei na Sorbonne durante o doutorado e pós doc, ia mto garimpar raridades ! Adoro os q ficam perto da Notre Dame, como vc! Admirável sociedade q cultiva o hábito da leitura e a história do livro se integra com a própria história da cidade! Estudei em Paris com o historiador Roger Chartier, autoridade em história do livro, da leitura e da cultura escrita , q me fez apreciar mais ainda os bouquinistes!! Parabéns pelo artigo!! Mais um lido !!

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    • Carol Pio Pedro

      20 de março de 2017 at 16:37

      Claudete,
      Que oportunidade maravilhosa você teve!
      Quero muito te encontrar para saber mais sobre essa e outras tantas experiências suas em Paris!
      Um beijo grande e obrigada por acompanhar.

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